O circo está armado: Câmara prepara cassação na segunda do prefeito de Canindé

É fato que Canindé de São Francisco, no Sertão de Sergipe, vive uma crise administrativa sem precedentes. Desde a gestão do ex-prefeito Heleno Silva, quando começou uma queda brusca na arrecadação, passando pela morte inesperada do ex-prefeito Orlandinho Andrade, e a posse do atual Ednaldo da Farmácia, que o município não enfrenta tamanha dificuldade. Hoje, Canindé arrecada metade do que recebia em 2012, mantendo a mesma quantidade de funcionários públicos e serviços.

Essa situação provocou um acirramento na relação entre o prefeito e vereadores. Em cidades pequenas, como Canindé, não ter apoio do Legislativo é quase que um suicídio político para o gestor, e foi isso que aconteceu com Ednaldo. Sem diálogo com os parlamentares, estes passaram a exercer um posicionamento mais duro contra ele, que em junho desse ano, passou a ser investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

O desfecho dessa CPI será conhecido na próxima segunda-feira, 23, mas não será nenhuma surpresa. Ednaldo será cassado e, em seu lugar, assumirá o presidente da Câmara, vereador Weldo Mariano de Souza. Este, deverá convocar uma eleição indireta entre os próprios colegas para a escolha do novo prefeito, que poderá ficar no cargo até 31 de dezembro de 2020.

As informações são de que o eleito será o vereador Joselildo Almeida, mais conhecido como Pank. Aliás, Pank foi o presidente da CPI, podendo ser, ao final, beneficiado pela própria com sua eleição indireta para o cargo de prefeito.

Assim, a Câmara garantirá todo o controle do município e Pank se fortalece para disputar as eleições de prefeito em 2020. E isso, Pank não esconde de ninguém. No dia 7 de janeiro desse ano, em matéria jornalística publicada pela imprensa da capital, o vereador deixou claro que pretendia concorrer a uma vaga majoritária (prefeito).

Na reportagem, Pank disse que “seu projeto vem ganhando apoio e adesões e isso é motivo para continuar firme com a ideia”, e que “vem recebendo incentivo de alguns comerciantes locais, parte de vereadores, políticos que estão sem mandatos e que continuam gozando de bom prestígio e influência perante o público e ajudando nas articulações”.

O que mais preocupa a população é que nesse momento de crise, o prefeito que venha assumir tenha como projeto principal sua reeleição. Há um sentimento em Canindé de que o gestor deva tomar decisões técnicas para tirar o município da crise, sem conchavos ou atendendo a interesses das velhas lideranças políticas. O futuro de Canindé ainda é incerto, mas mostra-se preocupante com a decisão que será tomada pela Câmara de Vereadores na próxima segunda-feira.

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