A decisão de deputados estaduais do NOVO do Rio de Janeiro em expulsar do partido o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, depois dos incêndios na região amazônica, com repercussão negativa no Brasil e no mundo, não foi bem aceita pelo partido em Sergipe.
Segundo nota da Executiva Nacional, “a indicação do ministro para compor o governo Bolsonaro não foi do NOVO e, portanto, não representa a sigla partidária”. A nota diz, também, que “não há qualquer interferência ou participação do partido na gestão do Ministério do Meio Ambiente”. Ainda, segundo o comunicado, “o ministro não mantém nenhum contato com o partido quanto aos seus planos, metas e objetivos para a pasta”.
Uma Resolução do partido de 31 de maio deste ano determina que qualquer filiado que venha a participar em um cargo público relevante em qualquer instância de governo, quando não for indicação do NOVO, deverá solicitar a suspensão da sua filiação.
O partido em Sergipe defende a suspensão do ministro do quadro de filiados, mas reconhece que Ricardo Salles tem atuado com equilíbrio no governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Os mandatários do NOVO no legislativo e executivo têm atuado com equilíbrio, diálogo e baseado suas políticas públicas e propostas em dados, fatos e evidências. Esta é a postura que esperamos de todos os membros do atual governo, em especial daqueles que são filiados ao NOVO, como o ministro Ricardo Salles”, diz Adriana Malezan, uma das fundadoras do partido em Sergipe, salientando que por ser mantido com a contribuição dos filiados, o partido tem maior preocupação com a atuação dos ocupantes de cargos políticos.
“O que me deixa feliz em toda essa situação é saber que os filiados do NOVO se sentem protagonistas no partido, querem sempre proteger a imagem da instituição, isso se deve ao fato de que somos nós que o bancamos financeiramente, o que mostra que estamos no caminho certo. Continuaremos não usando recursos públicos e lutando para que sejam extintos os fundos partidário e eleitoral. Se todos os partidos fossem mantidos por seus filiados, com certeza teriam maior preocupação com suas atuações, estariam sempre interessados em manter seus filiados satisfeitos, como ocorre no partido NOVO”, explica Adriana, que concorreu a deputada federal nas últimas eleições.
Para Aurélio Barreto, outro fundador do NOVO em Sergipe, que também disputou uma vaga para a Câmara Federal, avalia que a expulsão do ministro Ricardo Salles é um exagero da Executiva Estadual do Rio de Janeiro.
“Expulsão, achamos exagero. Achamos que ele deveria ter a filiação suspensa. O NOVO emitiu uma portaria onde quem ocupasse cargos em governos e que não fosse indicação do NOVO, ficaria com a filiação suspensa, mas não teve efeito retroativo, por isso não o atingiu”, observa Aurélio.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de 44 anos, deu entrada na noite desta terça-feira (26), na unidade de emergência do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, com quadro de mal estar, mas sem sintomas, segundo boletim médico divulgado pelo Ministério da Defesa.
Aposta
O jovem empresário Milton Andrade, que se filiou recentemente no NOVO, é a principal aposta do partido para disputar a Prefeitura de Aracaju nas eleições de 2020. Ele disputou o governo do estado em 2018 pelo PMN e ficou em quinto lugar entre os nove concorrentes. Em Aracaju, Milton obteve mais de 20 mil votos. Já no estado, foram mais de 35 mil votos.
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
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