Nasce um líder: Rogério Carvalho mantém intacta a coragem

Como dizia o grande Guimarães Rosa, “a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. Coragem é o outro nome desse sergipano chamado Rogério Carvalho.

Ainda imberbe, o jovem médico foi descoberto pelo olho clínico de Marcelo Déda, que o transformou em seu secretário de Saúde na Prefeitura de Aracaju.

Em coisa de 5 anos, Rogério fez uma verdadeira revolução na saúde pública da Capital. Seu primeiro ato de coragem foi implantar a municipalização plena em Aracaju.

Ao fazer isso, a nossa capital assumiu a gestão e a responsabilidade pela prestação de serviços de saúde para toda a população, serviços esses que eram prestados, precariamente, pelo Estado e outra parte, pelo município.

Essa ação, por si só, lhe trouxe muitos adversários. Para finalmente se implantar o SUS, era necessário desmontar alguns castelos, ferir alguns interesses privados e mexer com gente influente.

Respaldado por Déda, o que não faltou a Rogério foi coragem para chamar o feito à ordem.

Projetos novos como Samu e as UPAs Nestor Piva e Fernando Franco, viraram referência nacional. A reestruturação das poucas Unidades Básicas de Saúde que existiam, mais a construção de várias outras unidades e a constituição das equipes de agentes comunitários de saúde, fizeram o Programa de Saúde da Família – PSF – em Aracaju, alcançar a incrível marca de 98% de cobertura da sua população.

Para se ter uma ideia da dimensão dessa ação, várias prefeituras do interior do Estado, mais municípios dos Estados vizinhos, estabeleceram subsedes em Aracaju para trazer seus munícipes para serem atendidos aqui.

Basta dizer que, à época, nossa capital tinha aproximadamente 500 mil habitantes e havia mais de 1,2 milhão de cartões SUS sendo atendidos em nossa rede.

Aracaju era um exemplo citado e premiado nacionalmente e foi o carro chefe do programa de governo de Marcelo Déda em sua eleição como governador do Estado em 2006.

Nesse mesmo ano, Rogério decidir entrar para a disputa eleitoral e se elege deputado estadual. Os adversários na arena política perceberam que o garoto tinha sangue no olho, determinação e uma irrefreável disposição para a luta. Era preciso parar o ímpeto daquele rapaz.

Adversários e alguns aliados que, ao verem Rogério se credenciar para alcançar pódios mais altos, decidiram construir uma narrativa que tivesse como objetivo desconstrui-lo. Uma narrativa que, de tão repetida, deixou cicatrizes que até hoje seus adversários tentam mostrá-las quando ele sobe a arena para lutar.

É a recorrente tática dos discípulos de Goebbels para enfrentar a sua força avassaladora.

O que, se não uma intensa coragem, faria alguém se lançar, contra o poder econômico, contra a máquina do governo e de prefeituras, instituições sórdidas, canetas de aluguel, contra tudo e contra todos?

Rogério sabia o que o estava do outro lado e assim mesmo ele enfrentou. Sabia que do lado de lá estavam os descendentes da República Velha. Os filhotes daqueles que aniquilavam seus adversários, literalmente.

Estes, como aqueles, continuam usar a força de instituições subordinadas para afastar adversários. Como os tempos mudaram, eles agora aniquilam reputações. Rogério os enfrentou sem medo. Muitos, com mais e melhores condições de enfrentar o neocoronelismo, recuaram. Sentiram paúra. Tremeram as pernas. Não fosse Rogério, parcela considerável do nosso povo ficaria sem uma voz que bradasse suas agruras.

Foi com a coragem de quem sabia que representava os anseios de um povo desesperançado que ele encarou, olho no olho, seu adversário. Não fugiu a nenhum debate e nem a exposição de suas ideias. Mostrou-se o mais preparado. Aquele que sabia diagnosticar nossos problemas com profundidade e conhecimento de causa.

Ao mesmo tempo, apresentava soluções claras, exequíveis e compreensíveis.

Sim, Rogério perdeu a batalha, mas nunca perdeu a coragem. Por isso muitos marcharam com ele. Liderou milhares de sergipanos insatisfeitos com a atual situação de paralisia do Estado, geradora de uma total falta de expectativa de futuro. É em nome destes que Rogério está pronto para liderar a oposição. Ele voltará para o Senado de onde ajudará Lula a retomar os destinos do nosso país novamente em direção ao progresso.

Será dessa posição, como principal aliado de Lula em Sergipe, que ele continuará sendo a voz forte e corajosa em defesa dos sergipanos.


Silvio Santos é especialista em Ciência Política, dirigente do Diretório Estadual do PT e ex-vice-prefeito de Aracaju.

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