Não foram até ao fim

Preocupada com a informação de que 20% dos padres daquela diocese deixaram o ministério em 50 anos, e achando que foi por causa do celibato, a leiga católica concluiu que se a Igreja deixasse o padre casar todos iriam até ao fim como padres! 

Ponderei perguntando. 

Nestes 50 anos de diocese:

1- Quantos casais se separaram? 

2- Quantos maridos foram morar com outra mulher? 

3- Quantas esposas foram viver em outros braços ? 

4- Quantos técnicos deixaram o primeiro emprego em busca de outra oportunidade?

5- Quantos pastores deixaram o púlpito e deixaram de ser pastores?

6- Quantos artistas deixaram de atuar e de cantar ? 

7- Quantos profissionais mudaram de ramo e do rumo inicial ? 

8- Quantos oficiais das Forças Armadas e policiais pediram baixa ? 

9- Só os políticos parecem não desistir do poder! A maioria quer continuar. E, quando rejeitados nas urnas, sempre arranjam um jeito de ser nomeados pelo partido. São praticamente os únicos que vivem da política até seus últimos suspiros… 

A verdade é que, naquela cidade ou diocese, depois de 50 anos, a maioria dos leigos que deixaram seu primeiro amor e seus primeiros empregos depois, eram casados e tinham jurado ir com o cônjuge até ao fim! E não foram!

A maioria dos que deixaram o primeiro casamento alegou infelicidade e insatisfação com o primeiro juramento! 

Então não é o celibato que faz alguém não ir até ao fim nas promessas juradas na juventude!

O coração humano nem sempre rema até ao porto traçado como seu destino inicial. Muitas vezes acha alguma ilha onde há peixes e frutas apetitosas, e ali constrói outra cabana.  

Por que não parar e mudar o rumo, se o coração estava inquieto e cansado onde e do jeito que vivia? Em geral este é o argumento! 

A Igreja parece cruel para com sacerdotes e leigos que um dia juraram fidelidade para sempre. Mas a dureza dessa cobrança está na Bíblia.  

Mt 5, 33 ; 1 Cor 4,2; 1 Cor 7,20 ;  SL 56,12 ; Mt 25,23.

Se alguém decide ser feliz mudando a antiga promessa, cada caso é um caso.  O sofrimento do indivíduo ou o sofrimento dos dois por conta de algum juramento do passado é sempre levado em conta.  

Porém, quem fez o outro sofrer com seu comportamento dificilmente receberá o aplauso da Igreja Católica!   

O assunto não é o sexo nem o celibato. O assunto é o sim e o não! ( Mt 5,37).

(Tg 5,12) Sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem com outro juramento qualquer. O vosso sim seja sim, e o vosso não, não. Então não estareis sujeitos a julgamento”.

Muitos que um dia juraram não tinham compreendido o peso daquele juramento!..


José Fernandes de Oliveira, mais conhecido por Padre Zezinho, é sacerdote da Igreja Católica, cantor e compositor cristão.

Comente

Participe e interaja conosco!

Arquivos

/* ]]> */