Entidades e movimentos sociais de Sergipe ligados ao Partido Democrático Trabalhista emitiram uma nota de solidariedade ao prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), por ele não ter sido o escolhido do grupo liderado pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) para ser o candidato do agrupamento ao governo do estado.
A nota critica o governador Belivaldo Chagas e demais lideranças do bloco governista, que teriam descumprido o acordo de indicar o candidato melhor avaliado pelas pesquisas de opinião pública, tendo Edvaldo o mais bem votado em todas as pesquisas realizadas.
“Solidariedade à população sergipana, que teve seu desejo ignorado pelos caciques governistas. Solidariedade ao político Edvaldo Nogueira, que foi claramente sabotado por quem não tem metade de seu currículo, nem de sua densidade eleitoral. Esperança porque a vida nos permitirá refazer planos e encontrar novos caminhos”, diz trecho da nota encaminhada ao Hora News.
Confira a nota na íntegra.
Não há “consenso e unidade”!
“Estamos numa situação em que uma democracia que, segundo a definição antiga, é o governo do povo, pelo povo e para o povo, nessa democracia precisamente está ausente o povo”. José Saramago
Muita gente ficou perplexa com o anúncio da “não escolha” de Edvaldo Nogueira pelo bloco governista como candidato à sucessão estadual.
Havia indícios eloquentes de que isto poderia ocorrer: vários prefeitos, deputados e vereadores aliados de Belivaldo Chagas agiram durante meses para viabilizar a indicação de Fábio Mitidieri.
Mas também havia fatores que apontavam para o sentido oposto, sendo o principal deles a liderança de Edvaldo nas pesquisas de intenção de voto.
Contudo, a perplexidade decorre da forma como publicizaram a informação. Segundo o governador, houve “consenso e unidade” na escolha de Mitidieri.
Ora, mesmo tomando apenas o restrito grupo de 13 homens que se reuniu em 14/03, não cabe falar em consenso. Um arguto jornalista sergipano registrou em sua coluna que alguns “colegas” de Edvaldo vinham sendo “brutos e descorteses demais” com ele.
No dia seguinte, validando as especulações jornalísticas sobre insatisfação política, Edvaldo Nogueira declarou à imprensa entender que seu nome “teria maior possibilidade de vitória e de construir um governo democrático e operoso”. E acrescentou: “acho que cometeram um erro”.
A verdade é que não existe Sergipe sem o povo sergipano, nem há democracia sem ouvir a voz da população. A maioria do grupo governista parece considerar bom político o sujeito que agrada aos pares.
Mas a maior parcela dos sergipenses pensa diferente. Bom político é aquele com serviços prestados, que honra os compromissos assumidos com o eleitor e que se revela capaz de melhorar concretamente a vida da população. Cotejando com a lição do mestre Saramago: é quem pratica a democracia com o povo presente.
Edvaldo Nogueira é um político devidamente testado. Tem longa carreira, ficha limpa e exerce seu quarto mandato como prefeito da capital.
Nas duas vezes em que disputou a reeleição, obteve êxito. Quando assumiu a Prefeitura de Aracaju, em 2017, o município estava em crise, com as contas desequilibradas e os pagamentos dos servidores e das empresas atrasados.
Edvaldo pôs as coisas em ordem, entregou várias obras (muitas delas na periferia), segurou a barra durante a pandemia. E fez tudo isso sem ser aliado dos presidentes Temer e Bolsonaro.
O legítimo reconhecimento popular foi capturado pelas pesquisas eleitorais. Em média, as sondagens registraram 30% de intenção de votos para Edvaldo Nogueira (PDT), contra cerca de 15% para Rogério Carvalho (PT) e um pouco menos para Mitidieri (PSD). Acrescente-se que o pedetista não tinha posto em marcha uma pré-campanha, em nítida diferença dos seus rivais.
Esta nota é de solidariedade e de esperança. Solidariedade à população sergipana, que teve seu desejo ignorado pelos caciques governistas. Solidariedade ao político Edvaldo Nogueira, que foi claramente sabotado por quem não tem metade de seu currículo, nem de sua densidade eleitoral. Esperança porque a vida nos permitirá refazer planos e encontrar novos caminhos.
A História do Brasil é repleta de exemplos inspiradores. Getúlio Vargas, o maior presidente que nosso país já teve, foi deposto em 1945, mas venceu as eleições de 1950 e voltou à Presidência da República pelas mãos do povo.
Em 1961, reduziram os poderes de João Goulart com a adoção do parlamentarismo. Dois anos depois, 82% do eleitorado nacional votou favoravelmente à restauração do presidencialismo, legitimando o governo de Jango.
Em 1979, Leonel Brizola regressou ao Brasil, após viver exilado por mais de 15 anos. Por fim, quando a ditadura militar tirou dos trabalhistas o controle do PTB, respondemos criando o PDT, em 26 de maio de 1980.
O trabalhismo sergipano também dará a volta por cima. Nossos compromissos com o desenvolvimento econômico, a justiça social, o fim das desigualdades regionais, o aprimoramento da democracia e a soberania nacional são inabaláveis. Se, no âmbito nacional, apoiamos o melhor projeto para desenvolver o Brasil, em Sergipe, não faremos diferente. Escolheremos as melhores propostas para nosso estado. O consenso e a unidade que buscamos sempre serão com os interesses do povo. Decisões de cúpula sem preocupação com a sociedade não nos representam!
Assinam esta nota pública os movimentos:
Em Frente/SE
Juventude Socialista – PDT/SE
Movimento Negro – PDT/SE
Movimento Comunitário Trabalhista – PDT/SE
Movimento Cultural Darcy Ribeiro – PDT/SE
PDT Diversidade – PDT/Aracaju
Turma Boa de Sergipe
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