Incomodando com a postura acertada do governo brasileiro em se manter neutro no conflito Rússia-Ucrânia, posição que o Brasil vem adotando nos últimos 200 anos, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), pré-candidato a presidente, criticou a decisão política do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na opinião do presidenciável tucano, a neutralidade adotada pelo governo Bolsonaro significa desumanidade.
“Neutralidade neste conflito Rússia-Ucrânia significa desumanidade e parcialidade”, criticou Dória.
Numa clara demonstração de distanciamento da guerra, o Brasil foi um dos países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) que não assinaram carta da entidade internacional se posicionando no conflito.
Para o pré-candidato João Dória, que tenta angariar votos com seu posicionamento na guerra, o governo Bolsonaro decidiu se juntar a líderes ditadores ao recusar assinar a carta de posicionamento no conflito entre os dois países europeus.
“Ao não assinar carta da OEA condenando invasão russa à Ucrânia, Brasil fica ao lado de ditaduras como Cuba e Nicarágua, que também se recusaram a ratificar o documento”, diz Dória, lamentando que centenas de brasileiros aguardam ajuda do governo brasileiro para sair da Ucrânia.
“500 brasileiros esperam por ajuda na Ucrânia. Este governo ficará ficará ao lado da democracia ou do autoritarismo?”, questiona o governador paulista.
Diplomata de carreira entre 1996 e 2006, Paulo Henrique Gonçalves Portela, professor de Direito Internacional, explica que essa posição, assumida historicamente, faz da diplomacia brasileira uma das mais respeitadas do mundo.
“A neutralidade é a situação de um Estado que, dentro de um conflito, não se envolve nas hostilidades e opta por não apoiar nenhum lado. É essa a ideia de neutralidade que corresponde à posição do Brasil nos últimos 200 anos”, salienta.
“O mundo todo está conectado, e o que acontece há 10 mil km influencia no Brasil. Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, justifica Bolsonaro, observando que o voto do Brasil não depende de nenhuma potência mundial.
“O voto do Brasil não está atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre”, conclui o presidente brasileiro.
Por Redação
Foto: GOVSP/PR
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