Ao longo de décadas, a ciência tem demonstrado a eficácia e segurança da Cannabis medicinal para tratar sintomas de diversas doenças crônicas e neurológicas. Porém, há outro fator que adiciona mais uma camada de confiança para remédios à base da planta: a necessidade de prescrição e acompanhamento médico. Foi o que ressaltou a médica Mirene Morais, certificada internacionalmente em medicina canábica, em entrevista à Rádio Jovem Pan FM Aracaju.
“É importante notar que os índices de compostos da Cannabis em cada medicamento prescrito são controlados e observados por um profissional de saúde qualificado”.
Pós-graduada em dor pelo Hospital Sírio-Libanês, Mirene explicou que cada paciente é analisado de forma individual, levando em conta a sua patologia, histórico de uso de remédios tradicionais e resultados e efeitos colaterais observados a partir do uso da Cannabis medicinal.
“Em se tratando de uso médico da planta, uma dosagem específica utilizando determinado composto para um paciente não terá eficácia igual para o outro. Estamos falando de um tipo de tratamento que cobre uma quantidade muito grande de doenças e condições, que inclui câncer, Alzheimer, depressão, fibromialgia, esquizofrenia, ansiedade, mal de Parkinson, entre outras”, afirmou ela.
A médica destacou, ainda, que, no Brasil, o acesso a remédios à base de Cannabis é difícil, e o primeiro passo para adquiri-los é possuir relatório médico que ateste a necessidade. A prescrição é necessária tanto para importação de medicamentos quanto para compra em redes de farmácia ou através das Associações de pacientes, que tornam os produtos, que costumam ter preços elevados, mais acessíveis.
“O brasileiro tem o hábito de automedicação, o que pode ser nocivo à saúde. No País, segundo o Conselho Federal de Medicina, 77% da população faz uso de remédios sem orientação médica. A Cannabis medicinal tem inúmeros benefícios à saúde e bem-estar, mas, para aproveitá-los ao máximo, é crucial acompanhamento”.
Tratamento adicional
Além disso, Mirene Morais enfatizou que, em muitos casos, os procedimentos envolvendo a Cannabis medicinal não substituem tratamentos tradicionais. De acordo com ela, a substituição ou conjugação de medicamentos deve ser observada caso a caso, e que não existe uma regra padrão.
“Que fique claro: muitas vezes, o uso da Cannabis exerce um papel de aliado junto a outros tipos de remédios e procedimentos, como a quimioterapia, por exemplo. Somente o acompanhamento médico qualificado poderá definir o que o paciente deve seguir”, explicou ela.
Por Kátia Santana
Foto: Divulgação
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