Aconteceu neste sábado (7), no Expo Center Norte, em São Paulo, o lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) a presidente do Brasil e do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), a vice-presidente.
O ato de lançamento da pré-candidatura petista, intitulado Movimento “Vamos Juntos Pelo Brasil”, reuniu movimentos sociais e partidos políticos que acreditam que só o ex-presidente Lula é capaz de recolocar o Brasil no caminho da justiça social, do crescimento econômico, da soberania nacional e da democracia real.
Em seu discurso, Lula denunciou a entrega do patrimônio brasileiro e a destruição de políticas públicas, “que mudaram a vida de milhões de brasileiros e eram admiradas e adotadas mundo afora”, como o Bolsa Família. Ele também defendeu “garantir os direitos de uma democracia plena, a alimentação de qualidade, o bom emprego, o salário justo, os direitos trabalhistas, o acesso à saúde e à educação, recuperar a política altiva e ativa que elevou o Brasil à condição de protagonista no cenário internacional”.
Ainda sobre a soberania nacional, Lula afirmou que “o Brasil era um país soberano, respeitado no mundo inteiro, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos, ao mesmo tempo em que contribuía para o desenvolvimento dos países pobres”, na América Latina e na África, discursou Lula, reforçando novamente que pretende reatar os laços de cooperação com os país do chamado “terceiro mundo”, destacando a importância da “integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, fortalecendo novamente o Mercosul, a Unasul, a Celac e os Brics sem submissão a quem quer que seja”.
Em críticas ao governo do presidente Bolsonaro, o ex-presidente petista afirmou que “o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo por conta da submissão do negacionismo, truculência e agressão a nossos principais parceiros comerciais”.
Privatizações
De acordo com Lula, a Petrobras tem um significado muito importante para a soberania nacional, “que vem sendo desmantelada e sucateada dia após dia” pelo governo Bolsonaro. Ele denunciou a entrega do Pré-sal, da BR Distribuidora e dos gasodutos, assim como a paralisação e a privatização de refinarias.
“Somos autossuficientes em petróleo, mas pagamos por uma das gasolinas mais caras do mundo, pagando em dólar, enquanto brasileiros recebem em reais. Precisamos fazer com que a Petrobras volte a ser uma grande empresa nacional e se transforme mais uma vez numa das maiores empresas do mundo. Colocá-la de novo a serviço do povo brasileiro e não dos grandes acionistas estrangeiros. Fazer do pré-sal o nosso passaporte para o futuro, financiando a educação, a saúde e a ciência”, disse Lula, salientando que a privatização da Eletrobras é um “crime de lesa pátria e a soberania energética” do Brasil.
Inclusão social
O ex-presidente Lula reforçou que não precisa prometer nada, apenas apresentar “o imenso legado” dos governos petistas, e denunciou a perseguição política que sofreu, e que agora foi reconhecida internacionalmente. Destacou que sua missão é a luta pela inclusão social. Ele também lamentou que o presidente Bolsonaro não tenha demonstrado nenhum sentimento pelos mais de 660 mil brasileiros mortos pela Covid-19.
“Poucas vezes na história, a nossa independência esteve tão ameaçada. Infelizmente nem todo governante é capaz de entender, sentir e respeitar a dor alheia. Não é digno desse título um governante incapaz de inverter uma única lágrima diante de seres humanos revirando caminhões de lixo em busca de comida e outros mais de 660 mil brasileiros mortos pela Covid. Pode até se dizer cristão, mas não tem amor ao próximo”, declarou, observando que o atual governo está destruindo o que foi construído pelos governos petistas.
“Tudo o que fizemos e o povo brasileiro conquistou está sendo destruído no atual governo. Mas não vamos desistir, porque a causa pela qual lutamos é o que nos mantêm vivos. Queremos voltar para que ninguém nunca mais ouse desafiar a democracia e para que o fascismo seja devolvido ao esgoto da história de onde nunca deveria ter saído”, declarou sendo bastante aplaudido.
“Não há força maior do que a esperança de um povo que sabe que pode voltar a ser feliz. A esperança de um povo que sabe que pode voltar a comer bem, ter um bom emprego, um salário digno e direitos trabalhistas; que pode melhorar de vida e ver seus filhos crescendo com saúde até chegar na universidade e virar doutor. É preciso cuidar e nós vamos outra vez cuidar com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro”, concluiu.
Sem mágoa ou rancor
Lula ainda lembrou da perseguição política que sofreu por força da Operação Lava Jato, a qual o fez passar 580 dias preso na Polícia Federal, em Curitiba. Comemorando as decisões favoráveis da Suprema Corte do Brasil e da Corte das Nações Unidas, Lula afirmou que não guarda mágoa ou rancor contra os que o perseguiram.
Presenças
Prestigiaram o lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Lula os líderes dos partidos que compõem a Federação Partidária – Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Siqueira (PSB), Luciana Santos (PCdoB) e José Luiz Penna (PV). Além dos partidos que se coligam com o PT na eleição majoritária, como Juliano Medeiros (PSOL), Paulinho da Força (Solidariedade) e Heloísa Helena (REDE). Lideranças de centrais sindicais e movimentos sociais também prestigiaram o evento.
O ex-governador Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula discursou por vídeo conferência por estar contaminado com Covid-19.
Por Redação
Fotos: Ricardo Stuckert
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