O crescimento da pandemia em Sergipe requer ações mais duras para combater o coronavírus. Para discutir o tema em questão, os jornalistas Paulo Sousa e Rosalvo Nogueira entrevistou no Boa Noite Brasil, no Hora News TV, canal do jornal digital Hora News no YouTube, o professor Paulo Martins, epidemiologista da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e membro do Comitê Técnico-Científico.
Aproveitando o momento da entrevista, relembramos que, nesse mesmo dia, o governador Belivaldo Chagas (PSD) comunicou que o novo toque de recolher começará a valer de quarta-feira (17) até a segunda-feira (22), e foi validado no período das 20h às 5h do dia seguinte, descartando o lockdown. Porém, deixou claro que a medida será implantada, caso a população não colabore. Inclui o fechamento total das praias nos finais.
Segundo Paulo, o governador tomou uma decisão acertada e, por lógica, as próximas medidas restritivas serão mais rígidas para barrar cada vez mais a circulação de pessoas.
Sobre a vacinação, ele enfatizou que “a gente sabe que a vacinação, de uma maneira geral, tem sido bem lenta em território nacional, e Sergipe não foge a essa regra. […] Aracaju está batendo 5,5% de cobertura vacinal. É pouco, mas é o que a gente tem”.
Disse também que “é necessário analisar o cenário do ponto de visto multivariado”. Ou seja, quando se decreta um lockdown sem o planejamento de vários setores, incluindo o econômico e o social, o efeito pode ser trágico, a exemplo da população vulnerável que depende do auxílio emergencial do Governo Federal, ainda não sancionado.
Sobre o ponto de vista epidemiológico, ele completa salientando que “o lockdown, num cenário ideal, seria a melhor opção, pois com o retorno das pequenas bolhas sociais teríamos um maior controle da situação e, consequentemente, uma redução de número de óbitos […] Para ser efetivo, fechando tudo, incluindo os serviços essenciais, teria que ser no mínimo 15 dias. Assim, seria possível obter um efeito razoável. Ao mesmo tempo, é preciso promover uma vacinação em massa para que ele tenha realmente o efeito esperado”.
A nível nacional, ele afirma que “uma das coisas que mais atrapalham o controle da pandemia é a politização, e a gente tem feito isso fortemente em comparação aos outros países […]. O cenário que se apresenta é muito ruim. Além desse problema, constatamos que não existe uma fiscalização efetiva e falta conscientização da população”.
Sobre a nomeação do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o epidemiologista afirmou esperar que ele seja mais comprometido com a população e que agilize o programa de vacinação.
Por Redação
Foto: Hora News TV
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