No ápice das dúvidas de recém formadas, duas advogadas, egressas as Unit, decidiram ingressar no universo digital com a ideia de dar dicas para quem estava na reta final da graduação. O insight para o @elasnodireito surgiu antes mesmo delas receberem o diploma.
“Lembro como se fosse ontem quando escolhemos o nome. Não foi tão simples, mas sugeri esse @ por acreditar que nos diferenciaríamos se falássemos para mulheres e convidássemos mulheres para falar sobre e para mulheres. Sempre visualizei o @elasnodireito como uma comunidade, um refúgio para onde mulheres pudessem recorrer caso tivessem os seus direitos violados ou simplesmente quisessem nutrir o seu conhecimento jurídico”, revela Thaysa Lopes Guimarães Schmidt, advogada atuante na área de direito das mulheres.
Hoje, além de auxiliar quem está se formando com mentoria em TCC sobre direito das mulheres, o objetivo do projeto é, também, levar uma mensagem sobre empoderamento feminino.
“O projeto gerou visibilidade nas redes sociais quando postamos constantemente sobre um assunto e com isso geramos autoridade e referência. Dessa forma, a cada dia ganhamos respeito e reconhecimento quando se trata de direito das mulheres, empoderamento e feminismo”, considera Ignácia da Silva Cardoso, advogada especialista em direito de família e sucessões, atuante na área de Direito das mulheres.
A ideia que surgiu em 2018 como inovação na carreira profissional, em um ano ganhou contornos de um negócio.
“No fim de 2019 o ‘Elas’ se transformou em uma empresa, e com isso lançamos nossas T-shirts, como forma de materializarmos nossa mensagem, com frases como ‘Liberdade, Igualdade e Respeito, antes das flores por favor’. “Quando uma mulher veste uma frase assim, é difícil alguém não a questionar e ela dizer o que pensa sobre a violência contra as mulheres. Vemos como uma forma de levar o assunto a debate”, revela Ignácia.
Para 2021 o projeto tem a meta de alcançar, por meio da mentoria em TCC sobre direito das mulheres, 3 mil acadêmicas em nível nacional.
“É uma forma de auxiliar acadêmicas que desejam falar sobre nossos direito ou violências que sofremos, mas que ainda não sabem como fazer isso. Quando escolhemos pesquisar sobre esse universo trazendo a perspectiva feminista, a base da discussão fica mais sólida, por essa razão, focamos em passar todo o nosso aprendizado para a construção dos trabalhos acadêmicos, ou seja, a nossa ideia quando ofertamos produtos é também ofertar nossas visões sobre o mundo”, diz Ignácia.
Antevendo as tendências de mercado, com foco no atendimento às demandas, as advogadas, Thayssa e Ignácia, ambas de 25 anos de idade e três anos de atuação no mercado de trabalho, são destaque na implementação de novas dinâmicas do empreendedorismo feminino na área jurídica, tão conhecida pela formalidade do Direito.
“Em 2019, quando fizemos uma caneca com nossa logo sem nenhuma pretensão de venda, houve uma chuva de pedidos de compras. Naquele momento percebemos que estávamos construindo algo além, que poderíamos ser e fazer mais, pois existiam mulheres que queriam fazer parte de tudo aquilo. Quebramos muita a cabeça estudando possibilidades de como lançar e qual produto lançar, assim, optamos pelas t-shirts em junho de 2020. São três modelos, três cores, três frases, três mensagens e três causas diferentes!”, conta Thaysa Schmidt.
“Quando enfim percebemos que a estabilidade não existe, nossa forma de enxergar o mundo se transforma. Por esse motivo, larguei os estudos para concurso e foquei exclusivamente no @elasnodireito e na advocacia. Empreender virou nossa paixão. Parece que fomos feitas para isso”, completa Ignácia.
Por Amália Roeder – MTE SE-641
Fotos: Divulgação
Comente