Acontece na sexta-feira (26), às 17h, no Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda, em Aracaju (SE), o lançamento do livro “Lentes, Memórias e Histórias: os fotógrafos lambe-lambes em Aracaju (1950-1990)”. Resultado da dissertação de mestrado em História da jornalista e historiadora Cândida Oliveira, a obra será publicada pela Editora Diário Oficial de Sergipe (Edise).
A obra retrata o trabalho dos profissionais que, através da técnica do lambe-lambe, tornaram a fotografia acessível à maior parte da população no último século. Buscada principalmente por conta da revelação instantânea das imagens e para ser utilizada nos documentos, a fotografia era encontrada nos formatos 2×2, 2×4, 3×4, além de outros adequados para postais.
De acordo com a autora, a ideia de pesquisar sobre essa modalidade da fotografia surgiu ainda em sua graduação em Jornalismo.
“Eu era estudante de Jornalismo e estava fazendo uma matéria para um jornal laboratório. Fui entrevistar o pesquisador Luiz Antônio Barreto (in memoriam) sobre a fotografia lambe-lambe, ele contou muitas histórias e fiquei encantada com o tema. Mas foi apenas na graduação em História que voltei ao assunto e estendi para o mestrado”, explica.
Cândida Oliveira relata que transformar a sua dissertação de mestrado em livro é uma maneira de destacar o trabalho realizado pelos fotógrafos que durante anos realizaram o trabalho com lambe-lambe, além de homenagear todos os fotógrafos sergipanos.
“O start veio a partir do momento que entendi que mais pessoas precisavam conhecer essa história, saber por onde andam esses profissionais e também mostrar a versão profissional a partir deles, dar voz. Os fotógrafos lambe-lambes fazem parte da memória de muitas pessoas, então quando falo do tema, geralmente a pessoa lembra de algum fato marcante da vida”, aponta.
A pesquisa
Na publicação que é dividida em três capítulos, Cândida Oliveira relata o surgimento dos fotógrafos lambe-lambes em Aracaju na década de 1930, período que se iniciou o processo de democratização da fotografia, já que antes disso apenas as famílias com condições de pagar por fotos realizadas em estúdios tinham acesso. Também destaca o crescimento na procura por fotos instantâneas na capital nas décadas de 1950 e 1980.
A pesquisa lembra ainda as dificuldades enfrentadas pelos fotógrafos para encontrar um ponto fixo onde eles pudessem desenvolver suas atividades. Ainda traz o declínio da atividade a partir do surgimento da máquina digital. Além disso, ressalta ainda outra interessante característica: a diversidade do termo lambe-lambe. Na capital sergipana, esse tipo de fotografia também era conhecida como foto oiti.
“Esse termo tem como enfoque a concentração destes [fotógrafos] era localizada sob as copas de árvores oitizeiros, nas quais eram presentes na praça General Valadão, no Centro comercial. Esta árvore produz o fruto denominado oiti, daí o nome de ‘Foto Oiti”’, explica na dissertação.
Para chegar ao resultado final, a autora realizou entrevistas com pessoas ligadas à temática, como fotógrafos e memorialistas. Alguns destes personagens inclusive estarão presentes no lançamento do livro. Também foram feitas consultas a materiais acadêmicos, livros, revistas e imagens.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Marcos Rodrigues
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