Ambiente intimista, aconchegante e familiar, num local repleto de livros, alguns modernos, outros raros, instalados em altas estantes de madeira e em meio à mobiliário de época e retrô. Em frente aos livros, em varais de cordas delicadas, surgiam gravuras e ilustrações em preto e branco, com alguns poucos tons de vermelho. Esta era a impressão inicial de quem entrasse na sala do Sebo Xique, no JFC Trade Center, ontem, segunda-feira, à tarde, durante a exposição intitulada “No Mundo da Lua”, da artista plástica Isadora Sukita.
Via-se ali o sentimento profundo da jovem artista e a releitura de temáticas sociais. Eram mulheres de traços fortes e olhos profundos, animais exóticos misturados aos elementos clássicos do sertão nordestinos como o chapéu de coco ou os coqueiros.
“Sempre desenhei e sempre quis realizar uma exposição. Mas eu tinha receio de como o público reagiria, se iriam aceitar meu trabalho ou não. Eu me preocupava muito com meu estilo. Até que uma artista por quem eu tenho muito carinho me alertou, disse para eu não me preocupar tanto, me passou confiança e eu fiz essa exposição. Eu penso também que a arte deve ser para todos e não somente para as elites. Todos têm o direito de apreciar o belo, de se deliciar com as artes. Porque arte, de certa maneira, traz o amor para os nossos corações e nos faz mais felizes. E todo ser humano tem direito à felicidade”, descreve a jovem artista plástica em entrevista ao Hora News.
A exposição de ontem, a primeira da artista, reuniu mais de 50 pessoas entre familiares, amigos, políticos, jornalistas, estudantes e o público que aprecia artes e literatura. Entre os presente, Manoel Sukita, pai de Isadora, era só elogios à herdeira, que, de acordo com ele, apesar de ter todo o amparo familiar, tem personalidade forte.
“Estou aqui para auxiliá-la em tudo o que for preciso. Mas Isadora tem luz própria, sabe o que quer e sabe lutar por isso, seja como filha, me ajudando nos momentos difíceis em que passei, seja na política, lutando pelas causas de que acredita, seja trabalhando com artes, mostrando agora ao público estes belos desenhos”, comemora o pai coruja.
Marcado inicialmente para ocorrer entre o período de 17h às 19h, o evento acabou se estendendo até quase 21h, e possibilitando à Isadora – além da realização da exposição – a oportunidade de comemorar o próprio aniversário de 20 anos.
Em meio às pausas para as fotografias com os convidados, a jovem artista plástica Isadora Sukita ia mostrando ao público as gravuras e explicitando cada uma delas. Já no finalzinho do evento, depois do clássico parabéns, a artista aproveitou para discursar.
E finalizou assim: “pra mim, arte tem um sentido social da vida das pessoas. Se uma pessoa humilde, muito, não consegue entender e apreciar uma obra de arte, se o artista não consegue tocar o coração dessa pessoa, então essa arte não teve o valor esperado. Quero que minha arte toque os corações”, conclui Isadora.
Por Paula Coutinho
Fotos: Hora News
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