Enquanto pesquisadores correm contra o tempo para encontrar uma vacina para o Coronavírus, a doença que ataca o sistema respiratório vai fazendo novas vítimas pelo mundo e gerado pânico, principalmente, os mais desavisados pelo grande número de fake news nas redes sociais.
De acordo com o médico infectologista Matheus Todt, professor do curso de medicina da Unit, apesar de não ter uma letalidade tão elevada quanto as outras variantes do Coronavírus (como o Coronavírus-SARS e o Coronavírus-MERS), as evidências atuais apontam uma transmissibilidade muito elevada, superior aos demais Coronavírus.
“Só há risco de infecção pelo novo Coronavírus quem viajou para a China nos meses de dezembro e janeiro ou teve contato próximo com pessoas que, sabidamente, foram infectadas pelo vírus. Gripe e resfriado não “viram” infeção por Coronavírus”, diz o infectologista.
Matheus Todt explica que a vacina sazonal contra a gripe protege apenas contra os vírus Influenza B, Influenza A-H1N1 e Influeza A-H3N2 e que não há ainda uma vacina contra o Coronavírus, mas existem algumas medidas que podem reduzir os riscos.
“São as mesmas para prevenir gripes e resfriados. Evitar aglomerações, evitar contato com pessoas doentes, ao tossir ou espirar proteger a boca com o antebraço e, principalmente, higiene criteriosa das mãos que constituem um dos principais veículos de transmissão de vírus respiratórios. Uma alimentação balanceada também é importante para a imunidade”, revela.
Para quem precisa passar por grandes aeroportos, o infectologista orienta evitar proximidade de pessoas doentes, lavar as mãos ou usar álcool gel com frequência, mas não há necessidade de usar máscaras ou de outras medidas específicas. Já para quem vai cair na folia, ele esclarece que o carnaval, como qualquer evento de massa, é sempre uma situação extremamente propícia para disseminação de doenças contagiosas, mas não acredita que haverá casos do novo Coronavírus no Brasil por conta da festa de momo.
Transmissão do Coronavírus
A transmissão do Coronavírus acontece por via aérea, similar à maioria dos vírus respiratórios. A secreção respiratória de um paciente contaminado alcança as mucosas (boca, nariz ou olhos) de um paciente suscetível. Segundo Dr. Matheus Todt, o período de incubação pode ser em torno de cinco dias. Já o período de transmissibilidade é estimado em até sete dias após início dos sintomas.
“Os sinais são febre, tosse, dor no corpo, dor de cabeça, os mesmo da gripe. Deve-se salientar que a grande maioria dos pacientes que contraíram o novo Coronavírus, mais de 95% dos casos, terão apenas sintomas gripais”, alerta.
Como não há um tratamento específico, a recomendação é repouso, hidratação, analgésicos e, se necessário, anti-térmicos. Se houver falta de ar ou prostração intensa, um médico deverá ser consultado.
“A confirmação do diagnóstico é feita, principalmente, através da identificação do material genético do vírus. Infelizmente é uma técnica cara e não está disponível em todos os locais. Em caso de suspeita, a pessoa deve buscar imediatamente auxílio médico para orientações e notificação do caso”, conclui.
Por Amália Roeder
Foto: Divulgação
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