Governador defende CPI do SINTESE; presidente do sindicato rebate: “quem precisa de CPI é a SEDUC”

Após afirmar que os professores dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação Básica de Sergipe (SINTESE) não trabalham, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), voltou a criticar a entidade representativa do magistério sergipano.

Em entrevista à uma rádio da capital, o governador cobrou transparência dos dirigentes do SINTESE e defendeu que a Assembleia Legislativa de Sergipe (ALESE) instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os recursos arrecadados pela entidade sindical.

“Eu tenho muito respeito com o professor, que eu sou neto de professora. Agora, eu tinha sido duro na relação com o SINTESE. E, inclusive, digo o seguinte: ‘eu acho que o SINTESE merece uma CPI, porque um sindicato que recebe mais de R$ 300 mil por mês, de professores, e ninguém vê o que ele faz com esse dinheiro, a gente devia investigar”, defende o governador, salientando que os recursos da Educação são transparentes.

“Porque todo recurso da Educação, todo recurso do Estado, é no Portal da Transparência. Eu queria também ver essa transparência dos recursos do SINTESE, eu queria que a Assembleia Legislativa abrisse a caixa-preta do SINTESE, para a gente entender o que é que eles fazem com esse dinheiro”, conclui o governador.

Para o presidente do SINTESE, Roberto Silva, o governador desconhece o funcionamento do sistema sindical brasileiro, desrespeita o magistério e tenta desviar o foco com falsas polêmicas.

“O governador, com essa medida, tenta desviar o foco com falsas polêmicas. Como o governador Fábio Miditieri nunca foi um trabalhador, nunca esteve filiado a um sindicato de trabalhador, eu acho que ele conhece, talvez ele não conheça como é que funciona a organização sindical. O sindicato é uma organização privada, é uma organização que não recebe recurso público, é uma organização que sobrevive da contribuição voluntária do trabalhador que é filiado ao sindicato, no nosso caso, dos professores. Por não receber dinheiro público, o sindicato não tem obrigação de prestação de contas públicas. A nossa obrigação é de prestação de contas aos filiados, por ser uma instituição privada, assim como os sindicatos patronais, eles têm obrigação de prestar contas ao seus filiados. Então é como funciona a organização sindical. A prestação de contas do SINTESE é apresentada a cada seis meses no nosso Conselho, com representação do estado inteiro, com quase 200 professores de todo o Estado, onde esse Conselho aprecia as contas e ela fica à disposição dos professores filiados que queiram verificar”, explica o presidente do SINTESE, acrescentando que uma CPI deveria ser criada para investigar os recursos da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC).

“CPI não vai existir, até porque a gente não recebe dinheiro público, não é papel da Assembleia. A Assembleia poderia abrir uma CPI contra a SEDUC, que é quem precisa de CPI, porque até agora nós não temos. Até eu ouvi um áudio de uma mãe, cobrando apoio às crianças com deficiência, que desde o mês de abril que essas crianças estão sem aula, vão perder o ano letivo de 2024, que estão sem aula os alunos. O ano letivo já quase terminando e os meninos sem apoio pedagógico. Então esse é o grande problema!”, observa.

Ainda, segundo o professor Roberto Silva, o governador não aceita críticas ao governo e se comporta como “menino birrento”.

“É aquela coisa do menino birrento, sabe? Que não gosta de ser contestado, não gosta de ser questionado, não gosta de ser criticado. E isso, no nosso entendimento, é muito ruim para um governador de Estado, porque ninguém mandou o Fábio Miditieri colocar o nome para ser governador, ele que quis ser governador, ele colocou o nome para ser Governador. Agora ele é governador, ele precisa ouvir tanto quem ele gosta, quanto quem ele não gosta. Por exemplo, nós tivemos conflito com o governador João Alves, mas o governador João Alves recebeu o SINTESE mesmo nos conflitos, porque esse é o papel do estadista. Ah, o SINTESE está me criticando! Isso não é de um estadista, de um governador de Estado, pela santa paciência!”, conclui.




Por Redação
Foto: YouTube

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