Gama diz que recebeu de Almeida Lima “uma prefeitura destroçada e arrasada”

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Ex-prefeito anuncia que está deixando a vida pública para cuidar dos negócios

Respondendo as críticas feitas a sua gestão pelo ex-secretário de estado da Fazenda e atual presidente estadual do PPS, Nilson Lima, no Programa Comércio em Debate da Rádio Comércio, o ex-prefeito João Augusto Gama rebateu as críticas e revelou ter recebido a prefeitura de Aracaju, das mãos do ex-prefeito Almeida Lima, totalmente destroçada.

De acordo com Augusto Gama, na época, o telefone do seu gabinete foi encontrado cortado por falta de pagamento. Ele adiantou que não pretende ser candidato. “Eu não pretendo ser candidato. Eu acho que eu deixei uma marca muito forte na cidade de Aracaju. Eu sinto aonde eu ando, aonde eu chego o carinho da população, o afeto da população. Eu não tenho ambições políticas, eu acho que eu cumpri e fiz o trabalho que eu me propôs a fazer nessa cidade, em que pese em ter recebido a prefeitura totalmente destroçada. E é esse o equivoco do meu amigo Nilson Lima, até por que ele foi secretário de Finanças do prefeito Marcelo Deda e sabe da história da prefeitura de Aracaju. Ele recebeu a prefeitura, quando foi secretário de Finanças, em ordens, diferente do que o prefeito Gama, eu e minha equipe recebemos de Almeida Lima. Para vocês terem uma idéia, eu encontrei o gabinete do prefeito sem telefones. Os telefones cortados sem pagamento”, revelou.

Gama ainda enumerou vários “erros” praticados pelo seu antecessor. O ex-prefeito citou o atraso do salário dos servidores e o bloqueio de R$ 2 milhões dos cofres da prefeitura como supostas provas do caos em que a prefeitura foi encontrada. “Durante quatro anos que eu fui prefeito, eu paguei 56 meses de salário ao servidor. Eu paguei 48 da minha responsabilidade, mais quatro do décimo terceiro e mais quatro da administração anterior. Eu recebi a prefeitura de Aracaju com os meses de Outubro, Novembro, Dezembro e 13º atrasados. Então Nilson Lima errou e errou redondamente por que ele não se deu ao detalhe de estudar as dificuldades que eu tinha. Eu peguei a casa totalmente desarrumada. Para os senhores terem uma idéia, no dia 16 de janeiro de 2007, portanto, 16 dias depois que assumimos a prefeitura de Aracaju, tivemos um bloqueio de R$ 2 milhões feito pelo IPES nas contas da prefeitura por que o meu antecessor não pagou o IPES. Eu encontrei uma tragédia a prefeitura, um caos. Eu recebi a prefeitura numa política de terra arrasada. Passei noites sem dormir, preocupado como fazer. Então foi essa tragédia, Nilson Lima, que você não quis dizer aqui. A minha administração se pautou por corrigir os erros que eu recebi. Eu levei dois anos para colocar a casa em dia”, observou.

Se revelando um bom administrador, o ex-prefeito, na entrevista concedida a Rádio Comércio, disse ter sido aprovado por mais de 90% da população, segundo pesquisa da Revista Isto É. “A Isto É publicou que eu era o prefeito mais popular do estado de Sergipe. Eu saí com mais de 90% de aprovação pela pesquisa do Instituto Brasmarketing. Eu tenho essa pesquisa em mãos. Então eu tenho absoluta consciência de que cumpri o meu papel como prefeito de Aracaju na sua plenitude”, relata.

Augusto Gama além de se defender das críticas impostas pelo ex-secretário de Marcelo Deda, também defendeu o ex-prefeito Jackson Barreto, atualmente vice-governador do estado. “Me choca muito quando por interesses partidários se diz que Jackson Barreto foi um péssimo prefeito. Jackson Barreto teve a visão do povo. O grande mérito de Jackson Barreto foi tirar a prefeitura da zona sul e levar para a periferia. É só chegar ao Getúlio Vargas, no Siqueira Campos e ver as obras de infraestrutura que Jackson fez. Jackson tem uma marca muito forte nessa cidade exatamente por que levou a prefeitura para a periferia. E eu posso dizer a vocês sem vaidade nenhuma que acertei por que segui os caminhos de Jackson”, defendeu.

Fim de carreira

Admitindo o cansaço natural da vida, Gama anunciou que não pretende se candidatar a mais nenhum cargo político. O ex-prefeito afirmou que não há mais espaço político em sua vida. “Eu aqui afirmo com toda clareza que não tenho nenhuma pretensão. Por onde eu chego as pessoas me questionam se eu vou voltar, se eu vou ser candidato. Isso pra mim é muito gratificante, mas neste momento eu não tenho nenhuma pretensão. Eu não sou pré-candidato, não tenho nenhuma pretensão de ser prefeito de Aracaju ou de exercer cargo público. Digo com toda sinceridade que não há espaço mais pra isso em minha vida. Eu tenho um outro projeto de vida. O Estado está em boas mãos, a prefeitura de Aracaju também. Acho que este é um projeto vitorioso”, sentenciou.

Lixo

Se referindo a taxa de lixo criada pelo seu antecessor, o ex-prefeito João Augusto Gama lembrou ter sido ele o prefeito que acabou com a taxa. “Todo gestor público é louco para criar impostos. Eu tinha participado como presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas contra a criação da taxa do lixo. Quem acabou com a taxa do lixo foi o prefeito Gama. E de lá pra cá, nem o prefeito Marcelo Deda, nem o prefeito Edvaldo, que tinham compromissos com a população, reeditaram a taxa do lixo. Então, isso me preocupa muito quando eu vejo certas pretensões eleitorais com o retorno desses impostos absurdos e o retorno da taxa de lixo, que foi uma criação da gestão anterior a minha”, advertiu.

Turismo e Lealdade a Jackson

Desmentindo os boatos de que teria sido demitido da Secretaria de Estado do Turismo, João Augusto Gama garantiu ter uma boa relação com o governador Marcelo Deda, independente da posição em que se encontra. Segundo o ex-prefeito, foi ele quem não quis mais retornar a secretaria estadual. “Eu devo dizer que eu mantenho contato permanente com o governador Marcelo Deda. Quando da recriação da Secretaria de Turismo, eu conversei com o governador Marcelo Deda por diversas vezes que eu não tinha interesse nenhum em voltar a participar da administração. Não por nada, mas por que os meus negócios estavam me chamando. E outra coisa: a gente vai chegando a uma determinada idade em que francamente eu não quero mais ter chefe não. O secretário de estado por mais independente, por melhor ligação que tenha com o governador, ele deve satisfação de seus atos ao governador do estado que foi quem o nomeou. O cargo de secretário não me pertence como não pertence a nenhum secretário, pertence a quem foi eleito governador do estado. Agora eu não posso cometer essa injustiça com o governador Marcelo Deda e dizer que foi ele que me exonerou. Ao contrário, eu que não tive e não tenho o menor interesse nisso. Posso dizer francamente hoje que o meu grande interesse na política em Sergipe, que é um sonho da minha mocidade, foi a minha luta, é assistir Jackson Barreto ser eleito governador de Sergipe. Acho que é o coroamento da vida política de Jackson Barreto. Eu tenho por Jackson, além da minha amizade, o dever de lealdade. E, ele sabe que pode contar”, afirmou.

Jackson X Amorim

Sobre a possível candidatura do senador Eduardo Amorim ao governo do estado, em 2014, Gama ressaltou que nenhum candidato deve ser desprezado pelo concorrente e lamentou não poder votar em Amorim. “Eu acho que todo candidato teme o adversário, não tem adversário fraco, não se pode desprezar. O senador Amorim é uma figura respeitável, é uma pessoa que tem todos os méritos para ser governador do estado. Agora, lamentavelmente eu não posso apoiá-lo em razão da candidatura de Jackson Barreto. Em outro momento, em outra situação sim, mas neste momento a minha prioridade é a eleição de Jackson Barreto”, concluiu.

O Comércio em Debate, que acontece de segunda a sexta-feira, das 12h às 14h, é apresentado pelo jornalista Paulo Sousa e o radialista Robson Santana.

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