Um grupo de 10 colaboradores, composto por funcionários e estagiário da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) está denunciando a presidente da fundação pela prática de possível assédio moral.
De acordo com os colaboradores, o ambiente de trabalho está insustentável devido as intimidações e constrangimentos. Segundo o relato do grupo, a presidente da Fundat, Melissa Rollemberg, tem adotado condutas abusivas contra servidores da fundação municipal.
“Nós, colaboradores da Fundação Municipal de Formação Para o Trabalho (Fundat), viemos a público denunciar os constantes episódios de assédio moral que temos sofrido por parte da presidente da instituição, professora Melissa Rollemberg, e do assessor de Comunicação, Denisson Ventura”, denunciam.
“Diariamente, enfrentamos um ambiente de trabalho insustentável, marcado por gritos, intimidações e constrangimentos. A professora Melissa Rollemberg tem adotado condutas abusivas, chegando aos nossos locais de trabalho aos berros, gravando-nos com seu celular sem consentimento, colocando o aparelho em nossos rostos e exigindo relatórios de maneira agressiva. Além disso, impõe proibições arbitrárias que inviabilizam o nosso desempenho profissional e criam um clima de medo e tensão”, acrescentam.
Ainda, segundo os trabalhadores da Fundat, uma estagiária foi demitida sem nenhum respaldo legal, descumprindo normas trabalhistas que garantem a estabilidade de estagiários.
“Não bastasse isso, o assessor de Comunicação, Denisson Ventura, de forma inexplicável e sem respaldo legal, determinou a exoneração de uma colaboradora estagiária, descumprindo normas trabalhistas que garantem a estabilidade de estagiários, salvo justa causa devidamente fundamentada”, salientam.
O grupo de colaboradores da fundação afirma que servidores estão adoecendo fisicamente e emocionalmente, inclusive necessitando de medicação para suportar a pressão da nova gestão.
“Diante desse cenário insustentável, nos encontramos adoecidos física e emocionalmente, alguns necessitando de medicação para lidar com a pressão diária. Tememos por nossa saúde mental e segurança dentro da Fundat”, lamentam os colaboradores, que cobram da prefeita Emília Corrêa providências para acabar com o possível assédio moral na fundação.
“Pedimos, com urgência, que a prefeita Emília Corrêa tome conhecimento dessa situação e adote as medidas cabíveis para resguardar a dignidade e os direitos dos trabalhadores da Fundat. Nosso pedido é um apelo por respeito, justiça e condições dignas de trabalho”, clamam os trabalhadores, que preferem não se identificar por medo de represálias.
“Optamos por não nos identificar individualmente por medo de represálias por parte da presidência da instituição. Contudo, reforçamos que somos dez colaboradores unidos nesta denúncia, e que não suportamos mais tamanha opressão. Esperamos que nossa voz seja ouvida antes que a situação tome proporções ainda mais graves”, conclui a nota encaminhada ao Hora News.
Denúncias não procedem
A presidente da Fundat, Melissa Rollemberg, negou as denúncias de possível assédio moral e justificou a demissão de estagiário a um decreto que determina a redução de gastos em toda a administração municipal.
Melissa também nega que tenha gravado algum funcionário da fundação, mas admite que houve demissões em respeito ao decreto municipal, assinado pela prefeita Emília Corrêa.
“Isso não procede. A estagiária, o estágio acabou, só não foi renovado. Não foi renovado por uma simples questão, a gente está fazendo aí uns redirecionamentos e a gente precisa ver em quais estágios, de quais áreas seriam mais interessantes pra gente agora, porque nós estamos com um decreto, esse decreto de janeiro, para que diminuíssemos os gastos. E, inclusive, a folha de pagamento também, de 20% em tudo. Então, nós exoneramos agora 10 pessoas, precisamos exonerar mais pra que a gente possa ‘enxugar’ a folha. Por conta disso, a gente está fazendo um redirecionamento, um redimensionamento de toda a estrutura da Fundat”, justifica.
A presidente da Fundação do Trabalho reconhece que precisa de mais funcionários no setor de atendimento para melhor recepcionar o público, e afirma que jamais entrou em algum setor da fundação para gravar o desempenho dos funcionários.
“A gente precisa mais no atendimento de pessoas, é onde a gente tem mais pessoas pra poder cobrir, pra poder ajudar os estagiários. A Fundat trabalha somente 6 horas, o restante da administração são 8, mas por ser uma autarquia, a gente só trabalha 6 horas corridas. E o que eu percebo hoje é que as pessoas foram 10, e exatamente as 10 que foram colocadas ai. Nunca agravei ninguém, quem me conhece sabe. Eu nunca entrei em setor pra poder fazer esse tipo de situação. O que a gente tem feito é trabalhado, o que eu tenho feito muito é trabalhado pra dar resultado, pra poder fazer acontecer”, esclarece Melissa ao Hora News.
“Foram 10 pessoas que foram exoneradas, talvez, esse número de 10 sejam exatamente essas pessoas. E a gente precisa que sejam provadas todas as falas, o que foi escrito. Eu sei que eu nunca filmei ninguém, nunca constrangi colaborador algum, muito pelo contrário. Eu venho de uma empresa privada, em que os meus colaboradores são parceiros. Então, isso aí, essa fala aí não existe. A gente sabe que vai acontecer muito isso, né? Mas o que realmente a gente tá fazendo é primando pela excelência, pela eficiência que deve existir no serviço público”, acrescentou Melissa, salientando a importância do processo de qualificação implantado pela atual gestão.
“Só pra você ter uma ideia, a Fundat, no mesmo período – até junho, eu posso até chegar até o meio do ano -, ela não tinha feito uma qualificação sequer. Nós vamos fechar o trimestre, os 100 dias, digamos assim, com 1.000, a gente quer chegar a 1.000 qualificações. Então, só pra você ter uma noção de como as coisas estão diferentes na Fundat. Talvez as pessoas não estejam acostumadas a trabalhar, e a gente lá tá trabalhando mesmo”, conclui.
Confira a nota dos colaboradores da Fundat na íntegra.
Nota de Denúncia dos Colaboradores da Fundat
Nós, colaboradores da Fundação Municipal de Formação Para o Trabalho (Fundat), viemos a público denunciar os constantes episódios de assédio moral que temos sofrido por parte da presidente da instituição, professora Melissa Rollemberg, e do assessor de comunicação, Denisson Ventura.
Diariamente, enfrentamos um ambiente de trabalho insustentável, marcado por gritos, intimidações e constrangimentos. A professora Melissa Rollemberg tem adotado condutas abusivas, chegando aos nossos locais de trabalho aos berros, gravando-nos com seu celular sem consentimento, colocando o aparelho em nossos rostos e exigindo relatórios de maneira agressiva. Além disso, impõe proibições arbitrárias que inviabilizam o nosso desempenho profissional e criam um clima de medo e tensão.
Não bastasse isso, o assessor de comunicação Denisson Ventura, de forma inexplicável e sem respaldo legal, determinou a exoneração de uma colaboradora estagiária, descumprindo normas trabalhistas que garantem a estabilidade de estagiários, salvo justa causa devidamente fundamentada.
Diante desse cenário insustentável, nos encontramos adoecidos física e emocionalmente, alguns necessitando de medicação para lidar com a pressão diária. Tememos por nossa saúde mental e segurança dentro da Fundat.
Pedimos, com urgência, que a prefeita Emília Corrêa tome conhecimento dessa situação e adote as medidas cabíveis para resguardar a dignidade e os direitos dos trabalhadores da Fundat. Nosso pedido é um apelo por respeito, justiça e condições dignas de trabalho.
Optamos por não nos identificar individualmente por medo de represálias por parte da presidência da instituição. Contudo, reforçamos que somos dez colaboradores unidos nesta denúncia, e que não suportamos mais tamanha opressão.
Esperamos que nossa voz seja ouvida antes que a situação tome proporções ainda mais graves.
Colaboradores da Fundat
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