Auditório vazio. Foi assim o Encontro do PSL em Sergipe, ocorrido no último sábado, para recepcionar possíveis novos filiados ao Partido Social Liberal. O Encontro, divulgado pelo ex-presidente Waldir Viana na imprensa local e com direito a outdoor com foto do presidente Jair Bolsonaro, principal personagem do partido, reuniu meia dúzia de gato pingado.
Com a “expulsão” de Waldir Viana da direção do partido em Sergipe, por causa da chegada do grupo liderado pelo deputado estadual Rodrigo Valadares (PTB), o Encontro que era para ser uma grande festa com dezenas de filiados foi um verdadeiro fiasco. Resultado dos últimos acontecimentos envolvendo a disputa de comando do partido, que por pouco não se tornou em caso de polícia.
No Encontro de Aracaju, o deputado Rodrigo Valadares, que já comanda o partido, não compareceu ao evento. O mesmo aconteceu com o ex-presidente do Diretório Municipal de Aracaju, João Tarantela, que preferiu evitar passar por mais um constrangimento.
Para não encerrar o evento antes do horário previsto, os poucos membros da Diretoria que lá compareceram conduziram o Encontro, apesar de saber que iriam falar pra eles próprios, pois não havia público no auditório para escutá-los e muito menos aplaudi-los.
“Foi um encontro decepcionante, se eu soubesse que ia dá aquela quantidade de gente eu não teria perdido meu tempo. Infelizmente, tudo isso é o resultado dos últimos acontecimentos que só nos envergonham como membro do partido e cidadão que torce pela boa política. Também os dirigentes de Brasília precisam colaborar com a unidade do partido, senão poderemos voltar a ser um partido nanico”, diz reservadamente um membro do PSL ao Hora News.
O ex-presidente do PSL Jovem, Jefferson Santos, dirigente da Executiva Municipal do partido em Nossa Senhora do Socorro, conduziu a reunião e assegurou que, apesar das intrigas, a unidade do partido prevalecerá. Mas que unidade? Se o partido está mais perdido que cego em tiroteio e mais desunido que marido e mulher em tempos de separação. Alguém precisa acordar o jovem político, que deve está sonhando com Alice no País das Maravilhas.
A bagunça no partido é o retrato do governo Bolsonaro, em que o presidente da República não se entende com seus auxiliares e, muito menos com os jornalistas, e o bate boca se tornou uma rotina no Palácio do Planalto.
O PSL que do nada virou a segunda maior bancada da Câmara Federal pode retornar às cinzas, caso a união não volte a reinar na agremiação partidária, se é que um dia este partido conheceu a palavra união. Mas como exigir união de um partido se o seu principal personagem só incentiva a desordem? Eis a questão.
Foto: PSL/Divulgação
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