O aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, que pertence ao Facebook desde 2014, divulgou, nesta terça-feira, 14, que identificou uma vulnerabilidade em seu sistema que permite a hackers instalarem um programa malicioso capaz de acessar dados pessoais e monitorar as atividades de aparelhos smartphones. Esta nova vulnerabilidade de segurança, que afeta dispositivos com sistemas operacionais Android e iOS, entre outros, foi descoberta no início deste mês.
O WhatsApp não comentou o número de usuários afetados ou quais foram os alvos do ataque, mas avaliou que, em princípio o ataque não seria em grande escala e que as vítimas foram “específicas” uma vez que a falha foi descoberta quando um advogado de Londres começou a receber várias ligações de voz oriundas da Noruega em horários estranhos que nunca se completavam. Desconfiado, o advogado procurou ajuda da Universidade de Toronto que possui um laboratório especializado em segurança digital.
Os técnicos do laboratório confirmaram que o telefone havia sido infectado por um spyware semelhante ao desenvolvido por uma empresa de cibersegurança chamada NSO Group. O advogado em questão, que não quis se identificar, está trabalhando justamente num processo contra a NSO. Coincidência? A empresa se apressou em afirmar que não estaria envolvida neste caso, uma vez que não utiliza as suas tecnologias em proveito próprio.
Guerra Cibernética
Empresa israelense especialista em identificar e explorar falhas de sistemas para vender soluções de segurança que supostamente ajudariam governos a combater ao terrorismo internacional, a NSO é acusada de vender suas soluções a regimes autoritários no Oriente Médio para espionar ativistas e jornalistas. Em 2016, suas atividades foras expostas após um ataque ao iPhone de um ativista nos Emirados Árabes Unidos.
Uma das soluções da NSO, conhecida como Pegasus, é um programa, ou spyware, capaz de ativar remotamente a câmera e o microfone de determinado telefone e acessar seus dados. O vírus consegue seinfiltrar no aparelho depois de os alvos receberem uma chamada que sequer precisa ser atendida para que, automaticamente, o seu telefone fique à mercê de terceiros que poderão acessar informações e até monitorar as atividades dos aparelhos.
Festival de Falhas
Essa falha de segurança no WhatsApp é a mais recente de uma série de problemas das empresas de Mark Zuckberg, proprietário do Facebook, que tem enfrentado fortes críticas por permitir que os dados pessoais de seus usuários sejam usados por empresas de pesquisa de mercado e por sua resposta lenta ao uso indevido da plataforma pela Rússia para divulgar informações falsas durante a campanha presidencial americana em 2016.
Solução
O WhatsApp liberou uma correção para a falha. Além de atualizar o próprio aplicativo, os especialistas recomendam aos usuários que atualizem também o sistema operacional (iOS ou Android) de seus aparelhos. O WhatsApp tem 1,5 bilhão de usuários em todo o mundo e 77 milhões de usuários brasileiros ativos.
Murilo Lima é analista comportamental, coach e especialista em gestão de empresas e empreendedorismo. Possui também formações em desenvolvimento de líderes, desenvolvimento estratégico e gestão da criatividade e inovação. Atualmente é gerente comercial da Jovem Pan Aracaju e mentor voluntário da ONG Projeto Gauss. Desde 2012, conduz processos de desenvolvimento pessoal e profissional para empresários, líderes e jovens promissores, visando a expansão de competências, incremento de resultados e aprimoramento do ser.
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