Doce de leite, café, pizza e bronca na porta do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. A possibilidade do pleno do TCE votar nesta quinta-feira (18) o retorno do ex-conselheiro e ex-presidente do órgão, Flávio Conceição, levou manifestantes e organizações sindicais para as imediações do bairro Capucho, Zona Oeste da capital sergipana, para um café quente e indignado. Preso pela Operação Navalha e afastado do Tribunal, Flávio Conceição requereu seu retorno à corte estadual.
A manifestação foi organizada pela CUT-Sergipe. O “doce de leite” para a alusão à forma como se referia à propina nos áudios publicados pela imprensa sergipana, a “pizza” em referência ao possível retorno do ex-conselheiro à corte. Afastado no ano de 2011, Flávio Conceição teve sua aposentadoria compulsória aprovada em 2011.
Condenado em primeira instancia por Improbidade Administrativa em 2016, juntamente com o ex-governador João Alves, a Justiça decretou a devolução de R$7 milhões referentes ao período em que foi chefe da Casa Civil, entre os anos de 2004 e 2006.
“Não podemos voltar ao tempo do “Tribunal do Faz de Conta”, como tínhamos há alguns anos atrás.” Afirmou o presidente da CUT-SE, Rubens Marques.
“É inadmissível que tenhamos um acusado de corrupção retornando a uma corte responsável por fiscalizar as contas do Estado. No que depender de nós Flávio Conceição vai ficar bem longe deste tribunal”, afirmou Wagner Vieira, coordenador Geral do Sintufs.
“Precisamos estar em vigília constante. A volta de Flávio Conceição é uma vergonha, e mostra como os podres poderes se unem para atentar contra a população sergipana”, afirmou a vice-presidente do Andes, professora Sônia Meire.
Por volta das 10h, os manifestantes foram informados pela assessoria do TCE que o ponto foi retirado da pauta do dia, adiando o debate e deliberação do pleno para a quinta-feira da próxima semana, no dia 25 de julho. Os manifestantes fizeram prometeram retornar na próxima semana.
“Vamos aproveitar para mobilizar mais gente. Se for votado na semana que vem, nós estaremos aqui”, afirmou o presidente da CUT-SE.
Por Henrique Maynart
Fotos: Henrique Maynart
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