Entidades de classe revelam que situação do Huse não é recente

Segundo os Sindicatos dos Médicos, dos Enfermeiros, e o Conselho de Enfermagem, denúncias de superlotação, falta de profissionais e de insumos são recebidas com frequência e há cerca de três anos buscam, sem respostas, uma solução junto ao Governo do Estado.

O Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) e o Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe (Coren-SE) revelaram, nesta sexta-feira, 12, que têm conhecimento da situação vivida pelos profissionais e pacientes do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), ressaltando, também, que vêm pressionando a gestão estadual há alguns meses para que a problemática seja resolvida com maior celeridade.

As denúncias de superlotação, ausência de profissionais e de insumos da maior unidade hospitalar do estado ganharam destaque na mídia e redes sociais na última quinta-feira, dia 11, após repercussão de um vídeo feito pelo filho de uma paciente que aguardava atendimento no local.

Apesar de a Assessoria de Comunicação do Huse alegar que a informação não seria verdadeira, o Sindimed afirmou que tem “conhecimento da falta de médicos nas escalas”, revelando, ainda, que a situação tem relação com a ausência de concursos públicos para área.

“Temos o conhecimento da falta de médicos nas escalas, devido aos contratos precários e vínculos sem garantia dos direitos trabalhistas, e a falta de concursos públicos”, confirmou, em nota, o Sindimed.

Ainda, segundo o Sindimed, a entidade tem procurado “marcar reuniões com a gestão” buscando estabelecer uma solução concreta para “esses problemas”.

“Inclusive, no dia 12 de abril, recebemos o superintendente da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o médico Valter Pinheiro, para falar dos problemas do Huse”, detalhou.

O Coren Sergipe, por sua vez, destacou que “possui ciência do déficit de profissionais no Huse”, inclusive, “ajuizou uma Ação Civil Pública”, primeiramente em desfavor da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), mas, agora, já direcionada ao Governo do Estado, para que a problemática seja resolvida o quanto antes.

“A Ação foi julgada procedente, estando, neste momento, em fase de execução para o cumprimento de dimensionamento previsto na resolução do Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe”, explicou o Conselho.

Sindicato dos Enfermeiros

Procurada para falar sobre o assunto, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese), Shirley Morales, informou que a entidade vai realizar “uma fiscalização para apurar a situação” da unidade hospitalar.

Entenda o caso

O episódio ganhou destaque na mídia após o candidato ao Governo de Sergipe, Rogério Carvalho (PT), compartilhar o vídeo do filho de uma paciente que denunciou o sofrimento dele, e de sua mãe, em busca de atendimento no maior hospital do Estado. As imagens, feitas na noite de quarta-feira, dia 10, mostram superlotação na unidade e a narração de um jovem relatando que não tinha nenhum profissional para fazer o atendimento.

“É inacreditável ver pacientes sofrendo desta maneira no Huse. Me parte o coração ver cenas como esta. Justamente no Huse, o hospital que, junto com Déda, conseguimos triplicar a capacidade de atendimento, fizemos concursos públicos e capacitamos profissionais. Só sobrou o descaso e o abandono”, escreveu Rogério Carvalho em suas redes sociais.





Foto: Divulgação

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