Enfermeiros da Prefeitura de Aracaju entraram no quarto dia de greve nesta quinta-feira, 22, com uma mobilização no calçadão da rua João Pessoa, Centro. A categoria entregou panfletos e aferiu pressão arterial das pessoas que passavam pelo local, além de informar os motivos que levaram a categoria a cruzar os braços. Uma nova assembleia será realizada esta tarde, com objetivo de discutir a contra proposta apresentada pela Prefeitura de Aracaju e que foi rejeitada pelos profissionais.
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Flávia Brasileiro, foi chamada à Prefeitura de Aracaju para uma reunião na última terça-feira, 21, e apresentou uma proposta.
“Só que essa proposta não atende as pautas da categoria e nós vamos discutir na assembleia desta tarde na sede do sindicato, pois tudo o que a gente pediu, quase nada foi negociado, principalmente quanto a incorporação de uma gratificação que a gente tem. Nós estamos em uma situação complicada”, ressalta Flávia Brasileiro.
De acordo com ela, o salário base dos enfermeiros é muito defasado. “Nosso salário base não acompanhou o Plano de Cargos, não valorizou o profissional. A gente tem colegas que estão esperando as melhorias para se aposentar, estão com 25 anos de casa e não fazem porque quando olham o contracheque não dá para manter as contas. Essa incorporação mesmo que em parte, porque ela não foi total, já melhora a situação de quem vai se aposentar, entretanto, isso não supre a necessidade da categoria”, afirma lembrando a gratificação de desempenho, que foi criada pela prefeitura, mas a categoria não está tendo o direito de discutir.
Estatuto
Os enfermeiros da rede municipal de Saúde estão discutindo ainda a questão do novo estatuto do servidor. “Aracaju tem uma fragilidade gigante porque usa a seu bel prazer dois estatutos, um de 1970 e um de 1988. Está em formulação o novo estatuto e a gente não teve participação na discussão. Foi ontem comunicado que a minuta do estatuto novo, a gente só vai ter acesso após a finalização das negociações, o que fere inclusive uma das coisas que foi pactuada dentro da Mesa de Negociação que a gente ia ter acesso à minuta”, lamenta.
Flávia Brasileiro destacou ainda a formação de uma Comissão que a Prefeitura faria juntamente com o Estado, no sentido de discutir a situação de alguns profissionais, não só enfermeiros, mas, médicos, dentistas, auxiliares, no que se refere a municipalização.
“Esses profissionais estão há dez, 12 anos dentro do município de Aracaju, e vão se aposentar com o salário base, seco do Estado, porque não foi recolhido nada para a Previdência desses profissionais por parte do município”, informa.
Segurança
Na mobilização desta quarta-feira no calçadão, outro ponto destacado foi a falta de segurança nas unidades de saúde. “A gente está vendo a questão da segurança dos profissionais de saúde. Tem unidade caíndo aos pedaços, atendendo às crianças no mofo, bebedouros desmontando de ferrugem, cadeiras danificadas. Tudo isso é pleito da categoria para melhorar a assistência. Tem um posto de saúde na rua Alagoas, que é uma vergonha, o cupim destruindo as portas, as paredes cheias de mofo o teto caindo. A gente está preocupada com o sistema de saúde, mas também com a nossa integridade física, com a da população que a gente atende, enfim, não é só salário”, garante Flávia Brasileiro.
Contraponto
A Secretaria Municipal da Saúde informou em nota que “a Mesa de Negociação da Prefeitura recebeu o sindicato dos enfermeiros e apresentou uma contra proposta, que será analisada hoje na assembléia dos enfermeiros. A Secretaria vai aguardar a resposta da categoria”.
Por Aldaci de Souza
Fonte: Infonet
Comente