Nesta quarta-feira, 11, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) divulgou pesquisa que consultou os comerciantes instalados no centro de Aracaju sobre as mudanças realizadas pela Prefeitura de Aracaju por meio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), que restringe vagas de estacionamento na área central e mudanças no tráfego na região.
De acordo com a pesquisa, 79,47% dos lojistas consultados demonstram insatisfação com as mudanças e 87,83% afirmam que estas transformações ocasionaram quedas nas vendas. Os dados foram apresentados à imprensa pelo presidente da CDL, Samuel Schuster. “Há muito tempo ouço prefeitos falando que vão revitalizar o centro da cidade e nada é feito. Agora, estas mudanças vieram para acabar de vez com o centro e não para revitalizá-lo”, conceituou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas.
Na visão dos lojistas, 80,23% da clientela também não estão satisfeitos com as mudanças implementadas pela SMTT de Aracaju. A pesquisa foi realizada nos dias 3, 4 e 5 últimos, oportunidade em que foram ouvidos 263 lojistas em 19 ruas do centro da cidade.
As reclamações também giram em torno da retirada das vagas de estacionamento nas ruas do centro da cidade. De acordo com a pesquisa, 75,29% demonstram insatisfação com medida, 13,31% se declararam satisfeitos e 11,41% responderam que ficaram pouco satisfeitos.
Quanto às mudanças generalizadas ocorridas no centro, 79,47% se declaram insatisfeitos, 15,59% revelam satisfação e 4,94% disseram que estão pouco satisfeitos.
Clientela
Os pesquisadores também consultaram os comerciantes sobre o conceito deles quanto ao grau de satisfação da clientela. Na visão dos comerciantes, 80,23% dos clientes estão insatisfeitos, 10,27% acham que a clientela está pouco satisfeita e 9,51% disseram achar que os clientes estão satisfeitos com as mudanças ocorridas no centro da cidade.
Quanto às vendagens, 35,74% revelaram que as vendas caíram entre 30% a 50% nestes primeiros momentos em que começaram a vigorar as mudanças no centro da cidade, enquanto 9,89% revelam queda entre 1% a 10%, outros 6,84% dos comerciantes consultados observam queda entre 10% e 20% e outros 9,51% consideram que as vendas caíram no patamar entre 20% a 30%.
A respeito das mudanças ocorridas no trânsito da cidade, 75,67% dos comerciantes se declaram insatisfeitos, 15,59% disseram que estão pouco satisfeitos e 8,75% demonstraram satisfação com as mudanças promovidas pela SMTT.
Maiores reclamações
De acordo com o presidente Samuel Schuster, as maiores críticas dos comerciantes estão relacionadas à proibição total de estacionamento nas ruas da cidade e também quanto a vagas privilegiadas reservadas aos membros do Ministério Público, na praça Fausto Cardoso, e também à área de segurança do Museu Palácio Olímpio Campos. “Ninguém compreende o porquê destas vagas privilegiadas”, ressaltou o presidente da CDL.
Como alternativa, os comerciantes também apresentaram sugestão. Uma delas seria, na ótica dos comerciantes, a prefeitura criar estacionamento público. “Quem proibiu o estacionamento tem que apresentar alternativa. É, portanto, obrigação do poder público criar estacionamento público”, enaltece Schuster.
Os comerciantes também apontam como alternativa a permissão de estacionamento em um lado das ruas do centro da cidade e o retorno da Zona Azul com área destinadas aos parquímetros. “O retorno dos parquímetros também é necessário porque se regulamenta a área destinada à carga e descarga”, explica Schuster.
O presidente da CDL revela que, com os parquímetros, os caminhões pagavam para utilizar as vagas no centro e agora ficou complicado porque não há como usar vagas para carga e descarga porque os comerciantes nunca encontram local.
Preocupação
A pesquisa seria entregue ao prefeito Edvaldo Nogueira na quinta-feira, 12, durante reunião do líder do executivo com a classe empresarial em reunião almoço que aconteceria ao meio-dia. Mas o prefeito cancelou o encontro na terça-feira, 10, informando ao CDL que teria encontro marcado com um ministro de Estado em Brasília visando a liberação de verbas para realização de obras na capital sergipana.
Até amanhã (quinta, 12), a classe empresarial pretende protocolar o documento no gabinete do prefeito. “Estamos preocupados porque é uma assunto urgente. Desde março estamos tentando esta reunião e não podemos mais esperar”, enaltece Samuel Schuster. “Se não rever esta situação, no futuro acontecerá demissões no comércio”, avisa o empresário.
O Portal Infonet tentou ouvir a Prefeitura de Aracaju sobre a questão. A assessoria do prefeito orientou a equipe de reportagem a procurar o Major Paiva, diretor de trânsito da SMTT, mas não obteve êxito. O Portal Infonet permanece à disposição para divulgar a postura da PMA sobre o resultado da pesquisa.
Por Cássia Santana
Fonte: Infonet
Foto: Missoesurbanas
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