Em um caso que abalou a cidade de Praia Grande, litoral paulista, Igor Peretto, comerciante e irmão do vereador Tiago Peretto, foi morto a facadas após descobrir um elaborado triângulo amoroso envolvendo sua esposa, Rafaela Costa, sua irmã, Marcelly Peretto, e o cunhado, Mario Vitorino.
De acordo com investigações conduzidas pela Polícia Civil e denúncias do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), obtidas pelo g1, o crime, ocorrido em 31 de agosto, teria sido meticulosamente planejado pelo trio para eliminar Igor, visto como um “empecilho” à relação amorosa entre eles.
A promotora Roberta Bená Perez Fernandez descreveu o caso como um dos mais chocantes de sua carreira, ressaltando a frieza dos envolvidos.
“Se eles fazem isso com alguém que juravam amor, o que não fariam com nós, com as demais pessoas que convivem com eles na sociedade?”, questionou, destacando a “alta periculosidade” do trio.
As últimas palavras de Igor
Testemunhas relataram que, momentos antes de ser atacado, Igor declarou seu amor pela esposa.
“Vocês sabem o quanto eu amo aquela mulher, [o] quanto sou louco por ela”, disse ele, conforme relato de uma testemunha à Polícia Civil. Em meio ao choque e à decepção com a traição, Igor também desabafou.
“Vocês tudo contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada”, lamentou.
O comerciante teria chegado ao apartamento de sua irmã Marcelly com suspeitas de infidelidade e, segundo o MP-SP, ficou frustrado ao descobrir que o próprio cunhado e a irmã estavam envolvidos na trama. Igor teria então confrontado os três e gritado “seus traíras, p***” em meio à discussão.
Cronologia e planejamento detalhado
Segundo o Ministério Público, o crime foi cuidadosamente orquestrado. Rafaela teria atraído Igor ao apartamento de Marcelly, onde ele foi assassinado a facadas por Mario. A irmã da vítima e a viúva, ainda segundo as investigações, encorajaram Mario a cometer o assassinato e até realizaram pesquisas na internet sobre “quanto tempo o corpo demora a feder”, numa tentativa de ganhar tempo para fugir.
Os detalhes da execução foram amplamente documentados. O MP-SP, com base em reconstituições do crime, concluiu que Mario e Marcelly abandonaram o local do assassinato rapidamente após o ataque, reunindo-se com Rafaela horas depois em um posto de combustível na Rodovia Governador Carvalho Pinto, a caminho de Campos do Jordão, onde tentaram escapar das autoridades.
Triângulo amoroso e motivação financeira
De acordo com a denúncia do MP-SP, Rafaela Costa mantinha um relacionamento extraconjugal com Mario Vitorino e, ao mesmo tempo, um envolvimento íntimo com Marcelly.
“Nesse verdadeiro triângulo amoroso, Igor tornou-se um empecilho. Por isso, Rafaela, Marcelly e Mário, em conluio, decidiram matá-lo”, destacou a promotoria em sua acusação.
Além do vínculo amoroso entre os acusados, os investigadores apontam que o trio vislumbrava vantagens financeiras com a morte de Igor. Segundo o MP, Mario assumiria a liderança da loja de motos que possuía em sociedade com o cunhado, enquanto Rafaela herdaria os bens de Igor. Marcelly, por sua vez, teria benefícios indiretos devido à relação próxima com os dois beneficiários diretos.
Frieza e tentativa de fuga
A promotora Roberta Bená Perez Fernandez destacou a ausência de remorso ou tentativa de socorro à vítima por parte dos acusados.
“Em nenhum momento os envolvidos tentaram salvar Igor ou minimizar o sofrimento dele. Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir”, comentou Roberta ao G1, enfatizando que o trio demonstrou um comportamento calculado e insensível.
As investigações revelaram que, após o crime, Mario e Marcelly saíram do apartamento pela garagem e seguiram para o apartamento de Mario, onde trocaram de roupas e recolheram pertences. Por volta das 8h48, os dois se encontraram com Rafaela em um posto de combustível, onde ela abandonou seu carro e embarcou com o amante, evidenciando o planejamento meticuloso para despistar as autoridades.
Fonte: Brasil 247
Foto: Divulgação
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