Empresa vencedora de licitação na Prefeitura de Aracaju pertence a esposa de coordenador da Semfaz

Um pregão eletrônico para contratação de empresa especializada para prestar serviços de consultoria em gestão patrimonial, bem como treinamentos, regularização e modernização tecnológica de todos os bens patrimoniais existentes, além das novas aquisições do acervo dos órgãos e entidades pertencentes ao Município de Aracaju, está sendo motivo de questionamentos por parte de alguns especialistas da área da informação tecnológica.

O processo de escolha contou com a participação de três empresas, sendo que duas foram desclassificadas por não atendimento a diligências: a IBAEN Contabilidade Consultoria Patrimonial Avaliações e Informática LTDA e a Audigespub Serviços de Auditoria, Assessoria e Consultoria EIRELI.

As duas concorrentes foram desclassificadas por pequenos detalhes documentais, que poderiam facilmente ser resolvidos, mas elas foram automaticamente eliminadas. A terceira colocada, a empresa Soares Anjos & Costa Consultoria LTDA, que apresentou preços superiores às duas primeiras colocadas no pregão, foi declarada a vencedora do procedimento licitatório no modelo pregão eletrônico, segundo documentos que o Hora News teve acesso.

O problema é que esta empresa, que tem como nome de fantasia Cost – Consultoria Serviços & Treinamentos LTDA, pertence ao senhor Antônio Marcos Oliveira Dias, que ocupa o cargo comissionado de coordenador geral na Secretaria Municipal da Fazenda (Semfaz). O curioso, é que Antônio Marcos é esposo de Maisa Soares da Silveira Dias, sócia da empresa vencedora da licitação, que tem capital social de apenas R$ 10 mil.

A empresa receberá por mês R$ 29.600, totalizando a quantia anual de R$ 355.200, para realização de serviço de controle patrimonial, que já é feito por uma empresa contratada. A prefeitura precisaria apenas implementar o QR Code nos bens físicos através de um pequeno adesivo e atualizar o sistema em seu próprio aplicativo para etiquetar os bens móveis do município.

“O que a empresa vai fazer é etiquetar e registrar no Software que eles venderam na licitação, sendo que a Prefeitura de Aracaju já tem o seu sistema de patrimônio, era só atualizar e pronto, não precisaria ter esse gasto desnecessário para os cofres públicos. E o que me causa estranheza é o fato da sócia da empresa que venceu a licitação na modalidade pregão, a senhora Maisa Soares da Silveira Dias, ser esposa do coordenador da Secretaria da Fazenda, o senhor Antônio Marcos Oliveira Dias. Acho isso no mínimo estranho”, diz um experiente especialista na área de Software e de concorrência pública, consultado pelo Hora News.

Ainda, segundo o especialista, “o serviço de controle patrimonial já existe na prefeitura e é feito por um sistema de uma empresa contratada, sendo que bastava a prefeitura implementar o QR Code nos bens físicos através de um pequeno adesivo e atualizar no sistema existente”.

“O valor do software para esse tipo de serviço está muito caro, a gente encontra no mercado um serviço desse por valores bem menores, na faixa de seus R$ 20 mil, mais ou menos, e não por esse valor absurdo de R$ 160 mil que a prefeitura vai pagar a essa empresa”, conclui.

O Hora News está com o espaço aberto à Prefeitura de Aracaju para qualquer esclarecimento que julgar necessário.




Por Redação
Foto: Divulgação

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