A vereadora Emília Correa, principal liderança do Patriota em Sergipe, declarou nesta quinta-feira que sua posição neste segundo turno das eleições em Aracaju é de neutralidade. Ou seja, não apoiará Edvaldo Nogueira (PDT) nem Danielle Garcia (Cidadania).
“Coerência. Esse será sempre meu critério para as decisões. O Patriota fez opção pela neutralidade, mas deixou aqueles que participaram como candidatos nessa eleição à vontade para decidirem sua caminhada no 2° turno. Escolho a coerência. Em 2018, quando apoiei Milton, então candidato ao governo, não logrando êxito, no 2° turno me declarei neutra. Não apoiar o que está posto hoje, revela posicionamento, inclusive até mais ousado, pois fica evidente que não teremos vantagens “politicas”. Portanto, manterei o meu critério”, diz Emília Correa, bastante criticada nas redes sociais por decidir ficar em “cima do muro”.
Emília Correa foi uma das principais lideranças políticas incentivadoras da candidatura de Danielle Garcia a prefeita de Aracaju. Ela chegou a ir à Brasília para se reunir com a delegada e convencê-la a se candidatar nas eleições de 2020. À época, Danielle Garcia exercia um cargo diretivo no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Convencida a se candidatar nas eleições municipais deste ano, o grupo comandado pelo senador Alessandro Vieira, do qual fazia parte Emília Correa, decidiu democraticamente que seria candidato o nome melhor pontuado nas pesquisas internas. Todas as sondagens indicavam o nome de Danielle Garcia como o preferido.
Rifada pelas pesquisas, Emília Correa surpreendeu o grupo e a população aracajuana ao decidir não apoiar Danielle Garcia no primeiro turno, alegando que o partido dela fechou acordo com o candidato Rodrigo Valadares, do PTB, partido comandado nacionalmente pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado no escândalo do mensalão.
Apesar de todo o compromisso firmado com Danielle Garcia, a vereadora patriota preferiu não se indispor com o partido e apoiar Rodrigo Valadares, ignorando os compromissos assumidos com o grupo do Cidadania.
O apoio a Rodrigo Valadares no primeiro turno foi até certo ponto compreensível, mas no segundo turno? O que faz Emília não apoiar Danielle, já que Edvaldo é tido por ela como seu principal algoz? Afinal, as críticas da vereadora ao prefeito eram sinceras ou apenas um jogo de cena para ludibriar o eleitor com palavras capciosas? Perguntar, não ofende. Mas trair, sim.
Vale lembrar que em 2018, quando Emília Correa disputou uma vaga para a Câmara dos Deputados, obtendo quase 53 mil votos, teve o apoio declarado e a militância de Danielle Garcia em prol de sua candidatura para deputada federal. Agora, quando ela mais precisa do apoio da vereadora, é ignorada. Isso também é coerência?
Por Redação
Fotos e vídeos: Rosalvo Nogueira/Divulgação
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