Embaixadores árabes adiantam que trégua em conflito Israel-Hamas pode durar até 10 dias; ideia brasileira pode ser solução

Iniciou-se nesta sexta-feira (24), a trégua de quatro dias para a guerra Israel-Hamas. Porém, representantes do corpo diplomático dos países árabes adiantaram ao Mais Brasília, na manhã desta sexta, que este período pode estender-se para além deste período, durando até 10 dias.

Possibilidade que, se concretizada, apresentará um cenário para libertar reféns, viabilizar ajuda humanitária, munir a imprensa internacional de casos concretos, negociar um prazo maior para um cessar-fogo, mostrando ao mundo a realidade do Faixa de Gaza após os bombardeios. Autoridades locais já contabilizam 15 mil mortos; a maioria deles, crianças e mulheres.

“Esses quatro dias vão servir para que a comunidade internacional veja o grau de destruição e selvageria na Faixa de Gaza. Israel não vai mais conseguir mais se posicionar como vítima depois que as imagens começarem a circular”, explicou um diplomata árabe.

A opinião pública é um dos fatores que, segundo os diplomatas árabes ouvidos pelo Mais Brasília, está pesando para discutir-se a ampliação desta trégua. E, “ainda que as atitudes e apoio oficial dos governantes de maneira geral, em todo o mundo, para a causa Palestina sejam tímidos; o apoio entre as massas tem aumentado”, ressaltou o embaixador de um país daquela região. Na última quinta (23), um dia antes da trégua, uma agência internacional media que 96% da população apoiava a causa palestina.

Até o momento, apenas 9 dos 27 países da União Europeia (UE) reconhecem oficialmente a Palestina como um estado soberano.

Na última quinta (23), representantes do governo da Espanha e da Bélgica visitaram o Oriente Médio. Na ocasião, reuniram-se com primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para demonstrar apoio ao combate ao Hamas; porém, ratificaram que as mortes de civis são desproporcionais.

Mesmo assim, diplomatas árabes ainda acreditam que os dois estados possam solucionar o conflito e conviver em paz. E a solução, conforme explicaram os embaixadores árabes ao MB na manhã desta sexta, pode vir de uma sugestão brasileira, feita em 1947.

À época, o embaixador brasileiro Oswaldo Aranha, durante sessão da Assembleia Geral da ONU, sugeriu/idealizou a criação dos dois estados: Israel e Palestina, convivendo harmonicamente vizinhos um ao outro. À época, essa sugestão foi aprovada pela ONU, com base no Direito Internacional, para ser cumprida por ambos os lados.

“Há bandeiras do Brasil em todo o Oriente Médio. Nós reconhecemos a grandeza do país”, finalizou o embaixador árabe.





Por Paula Coutinho
Foto: Divulgação

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