O governador da Bahia, Rui Costa (PT), reagiu neste domingo às críticas que recebeu de setores do Partido dos Trabalhadores e de segmentos progressistas, bem como à nota da Executiva Nacional do partido, por uma entrevista dada por ele à revista Veja, na qual o governador baiano se coloca à disposição do partido para ser candidato a presidente em 2022, em caso de impedimento do ex-presidente Lula.
A entrevista do petista foi encarada por alguns como um “desrespeito” ao ex-presidente Lula, detido em Curitiba há mais de um ano. Para alguns, Rui também teria “queimado” a largada presidencial.
Em texto publicado em sua rede social, Rui Costa afirma que suas declarações foram manipuladas e reafirma o seu compromisso pela liberdade do ex-presidente Lula. No entanto, salienta que não pode impor que outros seguimentos também defendam a bandeira do Lula Livre.
Confira a íntegra do texto de Rui Costa:
LULA LIVRE, SIM. Qual é mesmo a dúvida?
Quem conhece minha história de vida sabe que o motor que me levou à luta social e política foi o combate a qualquer tipo de injustiça, de discriminação, de preconceito, de exclusão social. Enfim, foi o desejo de uma sociedade justa, e de absoluto respeito aos direitos do ser humano.
Desde a entrevista à Veja tenho sido atacado por gente que sequer leu a revista. Democracia é respeitar o contrário, mas é preciso refletir sobre a verdade. Quero manifestar minha indignação quanto à manipulação das minhas declarações.
Na última visita que fiz ao Presidente Lula, em Curitiba, acompanhado do governador Wellington Dias, ele como grande Estadista que sempre foi, disse: “Vocês têm muito o que mostrar. Falem, mobilizem, ajudem a mobilizar a juventude a barrar o desmonte da Educação; ajudem a mobilizar os trabalhadores contra a retirada de direitos e o desemprego; ajudem a mobilizar os brasileiros pela soberania do nosso País. Se alguns não defendem o Lula Livre, não tem problema. O mais importante é salvar nosso País do desmonte. Nós vamos provar esta farsa que foi o meu julgamento”. Também ouvi dele neste dia: “Solidariedade é algo que não se impõe, é algo voluntário”.
Nunca abri e nunca abrirei mão de denunciar a conspiração que retirou Dilma e montou esta farsa contra Lula. No entanto, não posso impor isso a ninguém, assim como não podem os governos progressistas. Quanto à posição sobre a candidatura própria em caso da impossibilidade de Lula em 2018, esta foi posição pública expressada por muitas pessoas do PT, entre elas eu e Wagner. Estamos entre aqueles que mais se empenharam na candidatura de Haddad. Ele sabe disso. O resultado das eleições na Bahia não deixa dúvida, ganhamos em 413 das 417 cidades da Bahia.
Tenho uma história de vida e no PT, e exijo respeito aos meus valores de vida. Entre eles, caráter, compromisso com a verdade e total respeito e solidariedade aos companheiros de caminhada. Agora, vou continuar defendendo o que penso de forma franca e sincera. Mais do que nunca é preciso sair da bolha e dialogar com a sociedade brasileira. Lutei e lutarei pela liberdade de expressão. O que valorizo é o trabalho pelo meu estado e pelo meu país. Cada vez mais quero governar cuidando de gente. Debater sempre. E trabalhar também. Lula Livre! Bom domingo!!!
Foto: Facebook/Divulgação
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