Esta terça-feira (20) é decisiva para os eletricitários de Sergipe. Após 55 dias de negociações junto a Empresa de Energia de Sergipe (Energisa) sem o efetivo consenso, a categoria realiza ato público em frente a empresa, a partir das 7h e, na sequência, às 9h, mais uma rodada de negociações. Caso não sejam atendidas as reivindicações, será convocada assembléia para paralisações temporárias das atividades. Os trabalhadores estão insatisfeitos e, além das cláusulas econômicas, a categoria também luta para ampliação do tempo de afastamento para doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
A categoria está mobilizada para a manifestação desta terça-feira. O ato será no momento em que os trabalhadores estarão chegando à empresa para o desempenho de suas atividades. A diretoria do Sindicato dos Eletricitários de Sergipe (Sinergia) também está contando com a participação dos trabalhadores que se desenvolvem atividades em outros municípios. “Vamos deflagrar os desmandos da Empresa. Hoje, a Energisa é campeã em acidentes no trabalho com mortes e mutilações”, confirmou o presidente do Sinergia, Sérgio Alves.
Alves afirmou que a Energisa pratica a discriminação com os seus trabalhadores no quesito afastamento do trabalho. Recentemente, em Minas Gerais, Estado onde a empresa também opera, foi fechado acordo coletivo de trabalho estendendo o benefício para três anos e, em Sergipe, a empresa insiste em conceder 90 dias para doenças ocupacionais e um ano para acidentes de trabalho. “A Energisa está na contramão. Atualmente são 80 trabalhadores afastados, inclusive, este ano, tivemos dois acidentes sérios, onde um trabalhador teve o seu braço amputado e o outro está passando por tratamento fisioterapeutico sem condições de executar suas funções laborais”, esclareceu.
No que diz respeito aos leituristas, o sindicalista disse que todos estão trabalhando em regime de escravidão. A maioria sai para trabalhar às 5h30 e, diante da grade quantidade de tarefas não estão conseguindo tirar o horário de almoço. “A quantidade de consumidores tem aumentado e a Energisa tem reduzido o número de trabalhadores”, comenta Sérgio.
Com relação ao plano de saúde, Sérgio alertou que a Energisa pretende reajustá-lo para índices maiores do que a inflação. A diretoria do Sinergia entende que mesmo que se tenha a maioria dos ganhos nessa negociação o plano de saúde ficará inviabilizado para os aposentados e trabalhadores na ativa.
Reivindicações
Dentre as principais cláusulas, os eletricitários reivindicam ganho real de 3%; auxílio alimentação de R$ 650,00; piso salarial de R$ 750,00; aumento de 20% na participação dos lucros; que considere um ano e meio de benefícios para trabalhadores que se afastam do trabalho por acidente ou doença ocupacional.
A categoria ainda solicita 30% de adicional de risco para os leituristas e reajuste do ticket refeição para R$ 17,00 (atualmente R$ 13,50).
Por Delma Maria/Ascom Sinergia
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