Os anunciantes (incluindo eu) foram pegos de surpresa agora em agosto com a nova política de anúncios do Facebook. Quem tentou impulsionar publicações com teor político, percebeu que o negócio não rodou. Mesmo fazendo 1000 apelações, de nada adiantava. Era preciso fazer a verificação do perfil para poder ter a permissão! Isso não é uma novidade na campanha, mas como ainda estamos na pré-campanha, o susto foi grande.
O que é verificação de perfil?
Fazendo um breve resumo sobre o que é essa verificação, trata-se de o anunciante confirmar para o Facebook, através de identidade, CPF e comprovante de residência, que ele é real. Não só isso, mas em seguida é necessário criar um rótulo que aparecerá em todos os anúncios para prestar conta de que ou o anunciante (empresa ou profissional) ou o político está pagando por essa veiculação. Ou seja, toda vez que um anúncio do político X aparecer na sua timeline, aparecerá bem grande para todos verem que está sendo PAGO por alguém.
Qual é o efeito disso na prática?
Se para veicularmos um anúncio é necessário comprovar que uma pessoa real está pagando por isso, o número de notícias falsas tende a cair drasticamente. E isso acontecerá porque essas pessoas não poderão mais patrocinar anúncios sem mostrar quem realmente é. Isso é garantia de que não teremos mais fake news nas redes sociais? Infelizmente, não! Lembre-se que estamos na terra do Ronaldinho Gaúcho, o maior “dibrador” do Brasil, logo, driblar as regras do Facebook, apesar de difícil, pode ser possível. As atenções dos produtores de fake news provavelmente estarão maiores no WhatsApp, onde, apesar de haver mais restrição no encaminhamento de mensagens, ainda apresenta brechas nas listas de transmissão.
Então as eleições serão mais limpas?
Provavelmente, sim! Essas novas políticas mostram que Mark Zuckerberg almeja dar mais credibilidade para suas redes sociais, visto que em inúmeras pesquisas os resultados mostram que as pessoas não sentem tanta confiança nas informações acessadas por lá. Dessa maneira, ele corta o mal pela raiz e nos deixa na expectativa para vermos uma eleição mais justa. Juntando isso com o fato de estarmos em uma pandemia, podemos afirmar que essa é a eleição mais imprevisível de todos os tempos. Os candidatos com menos verba poderão sonhar com bons resultados, enquanto que os privilegiados pelo fundo eleitoral, terão que estudar bem onde aplicarão o dinheiro. Nos resta então pegar a pipoca, deslizar o dedo no celular e acompanhar tudo de camarote! Ops, pode ser da cama mesmo!
Thiago Jacaúna é gestor de mídias sociais e consultor político digital.
Instagram: thiagojacauna.midiassociais.
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