Interiorização dos casos pode sobrecarregar sistema de atendimento nas capitais

Em todos os países onde a curva de casos da Covid-19 começou a decrescer há preocupação com uma segunda onda de infecção. Na China, por exemplo, os novos casos passaram a ser registrados a partir do que os especialistas chamam de ‘casos importados’, ou seja, chineses que estavam em outros localidades onde ainda há circulação do vírus e que estão voltando para o local que já foi epicentro mundial. Já no Estados Unidos, segundo os médicos o problema foi a prematura retomada das atividades.

“Houve uma tendência de controle da doença, mas após a flexibilização houve um novo aumento do número de casos”, diz o médico infectologista Matheus Todt, professor do curso de Medicina da Unit.

No Brasil, o comitê científico para combate a Covid-19, já alertou sobre um possível efeito bumerangue, quando casos das capitais começam a apresentar redução e no interior os números crescem.

“Como no interior não tem suporte de UTI esses pacientes, eventualmente graves, terão que procurar um auxílio médico adequado na capital e, consequentemente, vão saturar a rede de atendimento hospitalar desses centros, além de trazer novos casos para capital e isso reflete em possível aumento de notificações”, alerta .

Imunidade

Quanto à geração de imunidade e a possibilidade de um indivíduo pagar doenças duas vezes, Todt explica que ainda não existe uma informação concreta.

“O que se sabe é que há formação de uma certa imunidade e isso pode ser quantificado por meio de testes sorológicos, talvez do IgM e IgG, mas os estudos mostram que esses anticorpos vão caindo ao longo do tempo, ou seja, não sabe se isso é duradouro ou não, se vai demorar meses, anos ou se isso com poucos meses desaparece”, diz.

O médico infectologista revela ainda que apesar de não se saber quanto tempo dura essa imunidade que é gerada, até o momento, não há registro de pacientes que foram infectados duas vezes.

“Há relatos de médicos, mas não existe comprovação de que uma pessoa foi infectada uma vez, curou e teve uma reinfecção” finaliza.



Por Amália Roeder – DRT 641-SE
Foto: Divulgação

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