Dom João Costa renuncia ao cargo de arcebispo de Aracaju sem esclarecer denúncias de jornalista

O arcebispo de Aracaju, Dom João José Costa, renunciou ao cargo de arcebispo metropolitano. A carta com o pedido de renúncia foi encaminhada ao Vaticano e aceita pelo Papa Francisco, de acordo com a Nunciatura Apostólica no Brasil.

Frade carmelita, Dom João José Costa estava na arquidiocese sergipana desde 2015, quando foi apresentado como arcebispo coadjutor. Já o serviço efetivamente à frente da arquidiocese foi desempenhado de 2017 até o momento.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou seu agradecimento pelos serviços prestados por Dom João Costa à Igreja Católica em Sergipe.

“Nossa gratidão se expressa pelo “sim” dado ao chamado do Senhor, assumindo a graça e a missão por ele concedidas. O irmão pôde oferecer à igreja diversas contribuições, das quais destacamos aqui a vice-presidência dos regionais Nordeste 1 e Nordeste 3 e a presidência da Cáritas Brasileira. Seja este tempo uma ocasião para o fortalecimento do seu chamado em continuar a doar-se à igreja no sustento pela oração e pela contemplação, como testemunha do carisma da Ordem do Carmo”, diz a CNBB.

Enquanto o Papa não designa um novo arcebispo para a capital sergipana, Dom Vitor Agnaldo de Menezes, bispo de Propriá, será o administrador apostólico da Arquidiocese de Aracaju.

Críticas ao Bispado

O arcebispo Dom João Costa, agora arcebispo emérito, vinha sendo alvo de críticas de muitos padres de Aracaju e cidades do interior. As reclamações sobre a forma de tratamento aos padres eram constantes nas paróquias que congregam a Arquidiocese de Aracaju. Informações dão conta que o arcebispo costumava dar carão em padres publicamente e, até mesmo durante a celebração de missas. Além disso, muitos sacerdotes estavam insatisfeitos com a nomeação de padres radicais em cargos importantes na Arquidiocese de Aracaju.

Outro fator que também levou a renúncia do arcebispo metropolitano foi o diagnóstico de início de Alzheimer, que é uma doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo a capacidade de trabalho e de relação social, principalmente em pessoas idosas, entre 65 e 85 anos de idade, podendo levar à demência.

A renúncia do arcebispo Dom João Costa, segundo uma fonte revelou ao Hora News, teria sido também pelas denúncias de ausência de transparência nos negócios da igreja, bem como possíveis irregularidades na Cáritas Arquidiocesana de Aracaju, reveladas pelo jornalista Cláudio Nunes.

A igreja até o momento não se pronunciou sobre as denúncias, preferindo ignorar o trabalho jornalístico e a própria comunidade católica, que merece um esclarecimento por parte da alta cúpula da Arquidiocese de Aracaju.


Por Redação
Foto: Arquidiocese

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