Documentário revela suposta trama para tirar Sukita do poder

“A história sempre é contada pelos que oprimiram. Nunca pelos injustiçados. Vou contar hoje a história de meu pai, Manoel Sukita, como você nunca viu” (Isadora Sukita)

Lançado hoje (20) no YouTube, o documentário Sukita: a Perseguição narra a trajetória de vida e revela a teia de traições e armadilhas tramadas por opositores políticos contra e para derrubar o maior líder popular de Sergipe, Manoel Sukita, ex-prefeito de Capela por dois mandatos consecutivos (de 2005 a 2012).

Manoel Sukita, ou simplesmente Sukita, 45 anos, político, empresário, pai de cinco filhas, eleito deputado estadual e deputado federal por meio do voto popular de milhares de sergipanos, mas sem poder exercer os próprios mandatos, é um animal político que respira política 24 horas e que possui, como bem classificam os parlamentares mais próximos a ele, uma sintonia direta com o eleitor.

Animal Político

“Sukita tem uma intimidade com o eleitorado, é uma qualidade dele”, analisa, por exemplo, Fábio Mitidieri. Mas esse animal político foi barrado e a voz dele tentaram calar. Sukita foi julgado, condenado e preso. Preso por duas vezes.

Na primeira vez, Sukita passou 40 dias em uma solitária, cela específica para punir presos, para presos de difícil convivência e que precisam, no entender do sistema penitenciário brasileiro, de castigo. Que castigo, afinal, Sukita precisaria? Na solitária e passando fome, sofrendo tortura. Tortura essa até questionada por Jackson Barreto, governador de Sergipe à época.

Na segunda prisão, que durou mais de um ano, os processos que o condenaram são repletos de falhas jurídicas do início ao fim. Falsificaram a assinatura dele para o mandarem para cadeia e tomarem o mandato dele de deputado. Após três anos, a Polícia Federal descobriu a falsificação. Mas, era tarde. Sukita já tinha tido o mandato tomado.

Essas histórias todas o sergipano acompanhou em partes. Em partes mesmo porque na verdade Sukita não teve voz, não teve oportunidades para se defender, não teve espaço na mídia para explicar os golpes e ataques sofridos. Agora, nesse documentário, ele resolveu falar e revelar o lado de injustiças sofridas.

Filha Narra Filme

O filme promete abalar o cenário político sergipano. E tem elementos dramáticos, cinematográficos e documentais suficientes para alcançar esse objetivo. Um dos diferenciais que o telespectador já nota, de cara, é a voz de quem narra a história. A história de Sukita é contada no filme por uma voz feminina.

É a voz da filha mais velha de Sukita, Isadora Sukita, que narra todo o documentário, iniciando a história ao contar de onde Sukita saiu, do lugar em que ele nasceu, em Capela, no Povoado Miranda, das dificuldades da infância e adolescência dele, dos pouquíssimos recursos financeiros dos quais dispunham o pai e a mãe de Sukita para criar os 14 filhos do casal, da decisão de vir para a capital, Aracaju, com o firme propósito de melhorar de vida e cuidar da própria mãe.

“Nos livros de história, a História sempre é contada pelos que oprimiram. Nunca pelos que foram injustiçados. Eu vou contar hoje a história de meu pai, Manoel Sukita, como você nunca viu”, inicia Isadora Sukita, narrando a saga do pai dela.

Ao longo da narrativa do documentário Sukita: A Perseguição, Isadora vai acrescentando dados históricos e políticos à trama. E começam a surgir os personagens.

Um a um estes personagens tecem a história de vida de Manoel Sukita, revelam detalhes pessoais e também relatam o ponto crucial que norteia todo esse trabalho cinematográfico documental: a trama muito bem articulada para tomar os mandatos de Sukita, conquistados pelo voto popular, para os cargos de deputado estadual e deputado federal, e o motivo pelo qual Sukita é tão perseguido politicamente.

Família Perseguida

Entre a saga de popularidade contada, há espaços pra tudo. Para a irmã de Sukita, Clara Miramir Sukita, boleira de mão cheia e de sucesso, que também foi presa, condenada, injustiçada, perdeu todos os bens que tinha para depois de tempos a Justiça admitir o erro, voltar atrás. Clara Miramir teve que recomeçar, se reinventar. Mas ainda amarga as lembranças das injustiças sofridas. Como a história de Clara, foi a história de Adalto, também irmão de Sukita e vereador no município de Capela, que hoje está preso injustamente. Adalto foi mais do que um irmão para Sukita, foi um pai. Esteve presente em todos os momentos. Amparou, cuidou, auxiliou Sukita e a família durante o período das prisões.

Há espaços para a dor e há espaços para o amor. Porque o documentário Sukita: a Perseguição também traz a voz de mulheres como Joseane Goes, esposa de Sukita, que soube – como advogada – conduzir os processos jurídicos nos quais Sukita é réu, mas também soube – durante todo este tempo – ser a mãe de duas filhas pequenininhas (bebês ainda), ser a companheira, ser a amiga. Joseane, assim como Isadora, conta a história de Sukita com muita vida, muita verdade.

Mas não somente ela. Porque entre essas mulheres fortes também está a mãe de Sukita, a conhecida dona Uga.

E como Sukita é do povo, populares que o aclamam não poderiam faltar neste documentário. Amigos, personagens folclóricos do município de Capela, seu Antônio, dona Luísa, César Melo, José Carlos Ribeiro, Sávio Feitosa, Jéssica Cabral, são alguns dos personagens que trazem luz à história de Sukita, que abrilhantam o filme documental Sukita: a Perseguição, que revelam porquê um homem julgado pela Justiça é – para o povo – um preso político, um inocente. Porque é difícil demais julgar. Afinal, se de um lado há a Justiça e os processos dela, os papéis; de outro há milhares de pessoas que o adoram. E para entender esse enredo, assista ainda hoje a história da maior perseguição política de Sergipe, contada no documentário Sukita: a Perseguição.




Por Paula Coutinho
Fotos: Divulgação

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