O professor de Relações Internacionais Otávio Correia, diretor do Tiradentes Institute em Boston, foi o convidado do canal de notícias Hora News TV, de Sergipe, para analisar as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América (EUA). Entrevistado pelo jornalista Rosalvo Nogueira, Otávio Correia avaliou os primeiros resultados e a judicialização da eleição presidencial nos Estados Unidos.
“É uma eleição que termina por definir não só a política americana, mas também mundial, afinal estamos falando da maior potência do mundo e, sem dúvida nenhuma, as implicações, sobretudo as diferenças ideológicas que existe entre os candidatos, têm ligações diretas no Brasil e em outras partes do mundo”, disse o professor Otávio.
Diferente do Brasil, o voto não é obrigatório e as eleições norte americanas apresentam um complexo sistema de escolha marcado pelo calendário para envio dos votos pelos correios, votos online e, a depender dos Estados, há diferença nas metodologias.
“O americano não tem costume de ir às urnas, uma característica de sociedades com estabilidade política com variação entre um governo e outro muito pequena. No entanto, a política americana nos últimos anos deu uma reviravolta, sobretudo depois do 11 de setembro, quando o cenário político americano ficou mais complexo. Houve um processo contínuo de aproximação e tentativa por parte dos partidos para que a população fosse mais presente e o acirramento entre os candidatos fez com que mais eleitores participassem do processo. Historicamente, Joe Biden é o candidato com maior número de votos do Estados Unidos, ultrapassando inclusive Barack Obama. Isso não quer dizer que ele é popular, mas é reflexo de uma tentativa de impedir que Donald Trump fique no poder por mais quatro anos”, explicou ao ser questionado sobre o número recorde de votantes em 2020.
Entretanto, nos EUA nem sempre o mais votado pela população assume a Casa Branca. O professor de Relações Internacionais explica que o modelo adotado pelos Estados Unidos foi criado para garantir a equilíbrio entre os Estados mais populosos e os com menor índice populacional.
“É um modelo distrital com subdivisão de delegados. Tudo para garantir representatividade nas esferas de decisão das pautas políticas. Isso cria uma estabilidade e minimiza o desequilíbrio natural de divisão de poderes dentro do país”.
Com relação à judicialização do processo eleitoral americano, Otávio Correia foi enfático em dizer insistir nesse discurso, sem provas de fraude, é colocar a sociedade em conflito, de maneira desnecessária.
“É preciso criar modelos cada vez mais seguros, sustentáveis e acreditar, claramente, que a democracia é um sistema sério e viável para o desenvolvimento social. O capitalismo tem seus problemas, a democracia também e estamos aqui para consertar e aprimorar, não para destruí-lo, porque as outras experiências não foram positivas entre elas o próprio comunismo, testado em outras áreas do mundo e tal como testado, não funciona”, finalizou.
A entrevista na íntegra você assiste Aqui ou acessando diretamente o canal Hora News TV, no YouTube.
Por Amália Roeder/Unit
Foto: Divulgação
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