A política pública de saúde de caráter Universal no Brasil, ao longo dos seus 32 anos de existência, deixa a sensação nos brasileiros de ineficiência e incompletude. Uma política em fase de consolidação, um processo em constante e ativa construção, tendo como principal ponto de estrangulamento ao longo dos anos seu financiamento, que não acompanhou a incorporação e capilaridade do sistema, além da má gestão.
Existem três atores protagonistas nesse processo de aperfeiçoamento do sistema de saúde, e as responsabilidades de cada ente federativo está bem definida na lei do SUS 8080/90. O que precisa ficar claro é que queremos construir uma política pública de saúde universal, equânime e integral, e não uma política partidária de saúde. O SUS deve ser visto e tratado como uma política de Estado e planejado como tal.
É preciso reformas estruturais no modelo de gestão e de atenção, passando pelo desafio dos modelos de financiamento e de estruturação das redes de atenção a saúde, em especial a organização do acesso, a construção social do pertencimento, a atenção primária a saúde, a integração da atenção ambulatorial especializada e atenção hospitalar e a incorporação de novas tecnologias em saúde, definindo bem as responsabilidades dos entes federados e a capacidade gestora e imparcial daqueles que o representam legalmente.
O professor Eugenio Vilaça Mendes, nos diz que o SUS continua em evolução positiva, apesar dos percalços, sobretudo do “desfinanciamento” progressivo ao que foi submetido ao longo de sua existência.
Diante disso e pela experiência direta na gestão do sistema a nível municipal, desde 2008, como grande entusiasta e operadora na prática da política pública eficiente, me considero um otimista baseado em evidências e não uma pessimista baseada em opinião, como fazem muitos que criticam o sistema sem dele ter conhecimento, ou dele, sequer ter feito uso.
Emanuelly Carvalho Hora é enfermeira, palestrante, gestora do Sistema Único de Saúde (SUS) e articulista do Hora News.
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