O delegado André David, responsável pela 2ª Delegacia Metropolitana de Aracaju, está sendo alvo de duas Representações na Corregedoria da Polícia Civil de Sergipe e no Ministério Público do Estado de Sergipe.
As Representações visam apurar a conduta do delegado sobre uma investigação aberta pelo titular da 2ª DM, para apurar o caso envolvendo três mulheres trans, que estão sendo acusadas de agredir fisicamente um homem na região central de Aracaju.
Ativistas da causa LGBT denunciaram o caso ao gabinete da deputada estadual Linda Brasil, que levou a ocorrência ao conhecimento dos órgãos competentes para as devidas providências. Eles acusam o delegado André David de agir com atos preconceituosos contra pessoas que se identificam como transgêneros.
Um vídeo que circula na Internet mostra, inicialmente, um homem saindo de um carro e agredindo fisicamente uma mulher trans e, em seguida, este mesmo homem sendo derrubado no chão por três mulheres trans e agredido fisicamente por elas, mesmo já totalmente dominado.
Ao analisar as imagens e ouvir as suspeitas e a vítima, André David confirmou a existência do crime e salientou que as três mulheres trans podem ser indiciadas por lesão corporal dolosa.
“O crime aconteceu, as imagens são claras, a vítima foi agredida, houve uma subtração, houve um roubo, eu tenho que apurar. Eu estou fazendo o meu papel e o meu papel vai ser esse, eu combato o crime, eu defendo a sociedade, eu não defendo um nicho específico da sociedade”, salientou.
O delegado negou que esteja agindo com transfobia e afirmou que o seu papel é combater o crime, independentemente de grupos sociais, e defender a sociedade da violência.
“Não vejo nada de transfobia. Eu sou policial, tenho que prender, independentemente de quem cometeu o crime. Só isso que eu tenho que falar. Inclusive, se um militante for alvo de um crime aqui no centro, ele pode contar com o meu apoio, com o meu trabalho, com o meu profissionalismo, que eu vou pegar esse criminoso. O criminoso que machucar ou lesar ou cometer um crime contra um militante, pode contar com o delegado André David, pra prender esse criminoso, pra prender quem o lesou”, acrescenta o policial.
Segundo informações policiais, o homem agredido teria informado à delegacia que foi vítima de roubo na madrugada da sexta-feira (19). Ele teria acusado uma das trans de ter roubado o celular. Durante o procedimento, o aparelho de celular do homem foi devolvido.
Informações ainda não confirmadas pela polícia também dão conta que uma das mulheres trans teve um programa com o homem, que não quis pagar o valor combinado, e a mulher trans roubado o aparelho celular, como forma de vingança.
O homem espancado foi socorrido por populares que acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Por Redação
Fotos: Alese/SSP/Rede Social
Comente