No grande expediente de segunda-feira, 25/02, a deputada e professora Ana Lúcia relatou o lamentável fato de violência e desrespeito ocorrido com os professores da Câmara Legislativa de São Cristóvão. Enquanto aguardavam a votação de três projetos cujo conteúdo eles não tinham acesso, um clima tenso foi criado quando o presidente da Câmara pediu reforço policial, o que deixou os educadores apreensivos.
Ana conta que quando estava a caminho da Câmara foi informada que uma professora do estado, já idosa, havia levado um tapa no rosto do policial civil, Israel Sarmento, que também agrediu a sua filha e outra professora com um empurrão.
“Agradeço ao coronel Jackson pela atenção e pelos encaminhamentos tomados, ele mandou a Rádio Patrulha, e foi muito atencioso ao mandar um policial que explicou para todos os presentes qual era o papel da polícia, qual o papel de mediador, de escutar as partes, de evitar o conflito, o inverso do comportamento que o policial civil teve”, discorreu.
A professora fez o boletim de ocorrência no dia seguinte, e a parlamentar foi a Secretaria de Segurança com o B.O. em mãos e encaminhou à Corregedoria para que os fatos fossem apurados.
Ana Lúcia espera que haja algum tipo de sanção pelo que o policial fez, em entrevista feita por Jailton Santana na Rede Ilha “Eu estava expondo meu ponto de vista e ele entrou interpelando minha fala”, observa a deputada, salientando que o policial afirma nunca ter agredido uma pessoa de bem, em contrapartida a deputada responde que ele não pode selecionar quem é de bem ou não, por ser muito subjetivo.
“A constituição proíbe que qualquer policial seja civil ou militar agrida alguém, então ele assume no discurso dele que já bateu em alguém, ele assume também que foi chamado pelo presidente da Câmara e foi até lá com mais dois policiais militares, e foram esses policiais que o puxaram quando ele estava cometendo as agressões”, revelou a parlamentar.
Segundo Ana, ele assumiu uma posição autoritária, diferentemente daqueles que foram apaziguar o local, que tem uma concepção de que a policia é para proteger.
“Então fica aqui o nosso registro e o nosso apelo para que esse policial não fique com toda essa autoridade em São Cristóvão, se ele é chefe de captura não pode estar dando comando para a polícia militar ir a uma manifestação, ainda mais com calúnias, dizendo que foi chamado porque os professores estavam com pedras nas mãos” declarou.
Outra grave situação é que o sindicato tem um ofício assinado pela prefeita no qual ela se responsabiliza em seguir rigidamente o calendário de pagamento a partir de janeiro, o direito dos professores, mas não está acontecendo, os professores estão perdendo até 60% de sua remuneração.
“Isso porque ela baixou um decreto onde ela diz que só vai gastar até 75% do dinheiro do Fundeb, e passou disso ele corta arbitrariamente, ele praticamente tirou a regência dos professores”, contou a pedagoga.
Justamente no dia em que Armando Batalha negocia no Ministério Público analisar a folha de pagamento, é enviado três projetos para a Câmara, onde nem os vereadores de oposição tiveram acesso ao conteúdo, nem mesmo foi dado o direito da leitura, algo que é da rotina da casa.
“Os parlamentares que votaram a favor nem sabiam no que estavam votando, só a ementa que foi lida, então é muito grave o que aconteceu na última quinta-feira a noite na Câmara dos Vereadores, então que democracia é essa nós estamos vivendo, estamos construindo a democracia, está sendo construída a ditadura da sociedade civil, que está sendo mascarada por um discurso de democracia, como é que os parlamentares da oposição não tem acesso ao conteúdo de projetos que eles não tem acesso, eu espero que essa sessão seja anulada”, assevera a deputada.
Por Laila Oliveira
Foto: Maria Odilia
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