A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu uma notícia-crime protocolada por um grupo de delegados aposentados da Polícia Federal (PF) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os policiais federais pedem que a Procuradoria da República investigue o ministro por abuso de autoridade.
O pedido se deu em virtude do ministro ter autorizado uma ação policial às vésperas do feriado nacional de 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, contra um grupo de empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que defenderam em um grupo de WhatsApp a implementação de um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Lula nas eleições deste ano, revelada pelo portal Metrópoles.
Entre as medidas determinadas por Alexandre de Moraes estão apreensão de equipamentos eletrônicos e quebra de sigilo bancário dos empresários.
“São inacreditáveis as fundamentações dos argumentos consignados pelo ministro Alexandre de Moraes para enquadrar os oito empresários como sendo líderes de organização criminosa”, argumentam os 131 delegados que assinam o documento jurídico.
“O desmando jurídico de forma contumaz que vendo sendo praticado pelo ministro causa surpresa e atonia, não só a renomados juristas, mas também a grande parte da nossa população”, complementa o grupo de delegados, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
A notícia-crime enviada à Procuradoria também inclui o delegado federal Fábio Alvarez Shor, responsável pelo pedido feito ao ministro Alexandre de Moraes, que autorizou à operação policial.
De acordo com o jornal, a PGR informou que o documento endereçado ao procurador-geral da República Augusto Aras já está em tramitação interna na instituição.
A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, em manifestação enviada a Moraes sobre o caso, defendeu o trancamento da apuração sob a alegação de que a ação é cheia de “inconstitucionalidades e ilegalidades”.
O delegado Fábio Alvarez Shor, que assina o pedido de investigação dos empresários, afirmou à Folha de S.Paulo que as medidas foram necessárias para dissuadir intenções de ataques às instituições, que têm “risco de gerar ações violentas por adesão de voluntários”.
Estão na mira do STF os seguintes empresários: Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Sierra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.
Por Redação
Foto: STF/Divulgação
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