Um ditado popular diz que “o número sete é número do mentiroso”. Provavelmente esse provérbio seja de alguém que queira chamar Deus de mentiroso, pois na leitura bíblica encontramos a associação do sete a perfeição. O sete é encontrado na religião, na mitologia e até mesmo na história, é um número presente em nosso cotidiano. Olha, o mês de março tem o número sete para os sergipanos como um marco, nesse mês se completam, há alguns dias, 7 meses da ‘Operação Marcha Ré’, desencadeada pela CGU (Controladoria Geral da União), em parceria com a PF (Polícia Federal), com o objetivo de apurar esquema de desvio e irregularidades na aplicação de recursos públicos destinados ao Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), da rede estadual de ensino do Estado de Sergipe.
De acordo com dados levantados durante as investigações até 2017, cerca de R$ 285 milhões foram gastos na contratação de empresas para o serviço. Do total, cerca de R$ 13 milhões tinham como origem o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Nas investigações iniciais foram identificadas “inconformidades na definição do preço de referência” do pregão, bem como “indícios de formação de cartel e conluio entre um grupo de empresas”, com o intuito de simular uma “legítima concorrência e majorar o preço da contratação, frustrando o caráter competitivo da licitação”.
Em dezembro último a PF já acenava para a conclusão das investigações do que foi intitulado pelos investigadores e jornalistas como a ‘Máfia do Transporte Escolar em Sergipe’.
Segundo informações repassadas por uma fonte à nossa coluna, “nos bastidores da política sergipana se comenta que um parente próximo de um membro da corte de contas de Sergipe, não chegou a ser preso devido a manobras e uso da influência política em tribunais superiores”. Quem será? De qual membro da corte a fonte se refere? Como dizia o ex-governador Albano Franco: “em Sergipe todo mundo conhece todo mundo”.
Mas, não para por ai, outra informação valiosa sobre o desenrolar e a expectativa para o desfecho da ‘Marcha Ré, não está somente nos sergipanos de bem e que almejam uma punição para os gatunos do transporte escolar. Pelo menos dois empresários estariam na berlinda, roendo unhas e até preparando o terreno para ver o sol nascer quadrado.
A Extensão da Ré
Em depoimento à PF, um dos depoentes teria feito um acordo de delação, onde, nas declarações feitas durante o interrogatório à Justiça Federal acabou comprometendo cerca de 70 pessoas, entre elas prefeitos, inclusive com pagamento indevido de transporte escolar. Algo que a CGU já havia chamado atenção, afinal como pode uma empresa com contrato de transporte de alunos receber diárias em dias não letivos?
Expectativa x Frustração
Uma parte das pessoas acredita que a ‘Operação Marcha Ré’ não dará em nada, morrerá na praia, mas deverá mexer com as velhas práticas políticas do nosso estado. Por outro lado, outra parte assim como esse humilde jornalista, acredita que Sergipe não é uma ilha, e os maus políticos e empresários devem pagar pelo mau uso do dinheiro público.
Quebradeira
Em 2018, ouvimos do então governador Jackson Barreto, durante entrevista a um jornal veiculado em uma emissora de TV de Sergipe, que o estado estava quebrado, um atestado de incompetência para um gestor, mesmo assim, JB conseguiu eleger seu sucessor, Belivaldo Chagas, com discurso popularesco de bons ares para os sergipanos, da experiência. Semanas após a posse a cena se repete, “o estado está quebrado”, espere aí? Mas o homem não veio para resolver? É o que o povo sergipano se perguntava. Porém, o grande questionamento é: quem quebrou o Estado? Só a título de lembrete, são aproximadamente 13 anos do grupo do atual governo no comando do estado.
Se de fato existe essa quebradeira se faz necessária apuração. Cabe ao governo acionar o MPE e MPF para investigar quem quebrou Sergipe.
Canindé no Atraso
Servidores Públicos do município de Canindé de São Francisco, lotados na Secretaria de Saúde, estão com o pagamento do décimo terceiro salário em atraso, já são quase quatro meses sem ver a cor do extra de fim de ano.
Canindé em Atraso II
Nos bastidores da política canindeense se comenta sobre a saída do secretário de Finanças. De acordo com fontes, o responsável pela pasta deixou o cargo após discordar do atual gestor do município devido ao pagamento dos servidores, pois havia dinheiro em conta para efetuar o pagamento da folha do funcionalismo como todo, porém o gestor teria dito para atrasar dos servidores da Saúde. Esse episódio, de acordo com a fonte, foi a gota d’água para o homem das finanças abandonar o barco.
Canindé em Atraso III
Canindé vive um verdadeiro Deus nos acuda! Um servidor do município confidenciou ao nosso espaço certo descontentamento com a instituição, o Ministério Público, no município. Segundo ele, foram várias tentativas de audiência para resolver conflitos com a gestão municipal, assim como o cumprimento por parte do gestor de direitos adquiridos pelas categorias e regularização do pagamento da folha.
De olho em PDF
Um empresário da comunicação tem usado o espaço de sua própria emissora para deixar nas entrelinhas, as vezes até de forma direta, as pretensões para disputar as eleições municipais em Porto da Folha. Autoridades e assessores de lideranças no estado nos confidenciaram que o mesmo tem tentado buscar apoio e partidos para dar sustentação a essa candidatura.
De olho em PDF II
Não vai ser nada fácil, se é isso que o “magnata da comunicação sertaneja” quer, pois a gestão do atual prefeito de Porto da Folha tem ido de vento em polpa. Com altos índices de aprovação, vai ter que suar a camisa, afinal, não se ganha eleição só com microfone!
Bruno Balbino é graduado em Jornalismo e colunista colaborador do Hora News.
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