Alvo da Operação Caneta Azul, realizada pela Polícia Federal em novembro de 2022, o desembargador Luiz Mendonça, do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE), pode ser afastado do cargo nas próximos semanas.
O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luis Felipe Salomão, defendeu nesta terça-feira (14), durante sessão ordinária no CNJ, o afastamento cautelar do desembargador sergipano.
Há suspeitas de que o desembargador vendia liminares, segundo as investigações da Polícia Federal, motivo que levou o relator do processo entender “que há indícios suficientes da prática dessas infrações”.
Em seu voto, o ministro do CNJ salientou que “consta do relatório (da PF) que o desembargador se reuniu em uma de suas fazendas, em 2014, com José Augusto Aurelino Batista, acusado de liderar um grupo de criminosos, envolvido em múltiplos homicídios e tráfico de drogas e armas, em regiões entre Sergipe e Bahia, para negociar o julgamento de recurso por ele (Augusto) interposto”.
“Há elementos sobre os fatos narrados”, disse Salomão, contrariando o advogado José Eduardo Cardozo, que defendeu o não afastamento de Luiz Mendonça até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o mérito.
Relatado no autos do processo, tempo depois Aurelino foi “executado por policiais civis de Sergipe”, observou o ministro.
O julgamento contra o desembargador Luiz Mendonça foi remarcado para o dia 28 de março, após pedido de vista.
Por Redação
Foto: TJ/Divulgação
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