Câmara de Aracaju instala CPIs, amplia foco de investigação e inclui gestão Emília Corrêa

Comissão inicialmente mirava gestão de Edvaldo Nogueira, mas vereadores estendem apuração à atual administração.

O presidente da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), Ricardo Vasconcelos (PSD), aprovou nesta quinta-feira (12) a instalação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) com o objetivo de investigar a aplicação de recursos públicos durante a gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT).

O foco inicial recai sobre o uso do dinheiro arrecadado com multas de trânsito, no valor de R$ 135.216.467,35, e os gastos com o projeto Natal Iluminado, que totalizam R$ 10.028.782,58, três vezes maior que o gasto no ano anterior. No entanto, o escopo das investigações foi ampliado por iniciativa de 20 parlamentares.

O requerimento original para a criação das CPIs foi apresentado com a justificativa de apurar possíveis irregularidades na destinação de valores provenientes das multas aplicadas pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), além de contratos e despesas relacionados à realização do Natal Iluminado – evento tradicional promovido pela prefeitura durante o fim de ano, com decorações e programação cultural.

Contudo, durante as discussões na Casa Legislativa, alguns vereadores argumentaram que as suspeitas também alcançam a atual administração. Com isso, decidiram ampliar o escopo das comissões para incluir a gestão de Emília Corrêa, apontando a necessidade de transparência e fiscalização contínua do uso de recursos públicos.

A decisão gerou repercussão entre os parlamentares e reacendeu o debate sobre a condução política da prefeitura nos últimos anos. Para aliados do governo municipal, a ampliação de uma das CPIs teria motivação política, enquanto os defensores da medida afirmam que é um direito e dever do Legislativo fiscalizar a administração pública, independentemente de quem esteja no comando.

As CPIs devem iniciar os trabalhos nos próximos dias, com a indicação do membros, convocação de testemunhas e solicitação de documentos. As comissões terão duração de 120 dias. O relatório final poderá recomendar o encaminhamento de denúncias aos órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado.

A prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão da Câmara, mas interlocutores do Executivo afirmam que a gestão está tranquila e disposta a colaborar com as investigações.




Por Redação
Foto: Luanna Pinheiro/CMA

Comente

Participe e interaja conosco!

Arquivos

Categorias

/* ]]> */