Com permissão do presidente, Petrobras tira dinheiro dos brasileiros para dar aos acionistas internacionais

O economista Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criticou a política de preços da Petrobras, que no Governo Michel Temer promoveu a indexação dos preços dos combustíveis ao dólar, prejudicando a população brasileira, que hoje paga mais de R$ 7,00 por um litro de gasolina em algumas regiões do país.

Em decorrência dos preços abusivos dos combustíveis praticados no Brasil pela Petrobras, que tem o Governo Federal como seu acionista majoritário, a empresa lucrou R$ 31 bilhões somente no terceiro trimestre de 2021, valor repassado integralmente aos acionistas, principalmente os estrangeiros.

“A Petrobras teve um lucro no terceiro trimestre de R$ 31 bilhões, e já no segundo trimestre de 2021 teve um lucro de R$ 41,8 bilhões. É um lucro fantástico. Mas da onde ela tirou esse lucro? Evidentemente dos preços abusivos que estão sendo cobrados no Brasil. Então a gasolina subiu 74% este ano, o óleo diesel subiu 64% e assim por diante”, analisa o economista, que também critica a distribuição dos lucros da empresa estatal aos acionistas internacionais em detrimento da desvalorização dos investimentos da empresa e do próprio país, prejudicando a população brasileira.

“Com esse lucro todo, o que a Petrobras vai fazer? Vai distribuir para os acionistas. Nunca vi pagar um volume tão grande de dividendos. Só agora eles anunciaram R$ 31 bilhões de dividendos. Ou seja, tudo que a empresa lucrou no terceiro trimestre eles vão distribuir em dividendos. Em vez de aumentar o investimento da empresa, aumentar a oferta dos produtos, e a Petrobras diz que vai faltar produtos agora em novembro, ela vai passar para os acionistas”, condena Mantega.

Privatização

Em participação no G20, na Itália, Grupo das 20 principais economias do mundo, ao invés de anunciar medidas que protejam a população brasileira dos preços abusivos dos combustíveis praticados no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a privatização da Petrobras (empresa que gera lucros bilionários e que responde por 13% do PIB brasileiro), numa clara demonstração de incompetência em solucionar os principais problemas econômicos do país.

“Como Bolsonaro não tem coragem de mudar a lei da indexação ao dólar, aprovada pelo presidente Michel Temer, a Petrobras adota uma política criminosa que visa tirar dinheiro dos brasileiros para dar aos acionistas internacionais, sacrificando a nossa população, os micro e pequenos empresários que sofrem com a alta dos juros e consequentemente da inflação. Nunca imaginei que ele fosse tão incompetente assim. Esse ai de capitão não tem nada, é um frouxo”, desabafa um microempresário, que se diz arrependido em ter votado em Bolsonaro, em 2018.

A privatização da Petrobras, bem como a atual política de preços dos combustíveis, também é defendia pelo presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, que recebe mensalmente R$ 228 mil de salário.




Por Redação
Foto: Divulgação

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