Cloroquina defendida por Bolsonaro aumentou a mortalidade, diz Luana Araújo

A infectologista Luana Araújo prestou depoimento nesta quarta-feira (2) à CPI da Pandemia, no Senado Federal, e indiretamente responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pelo agravamento da Covid-19 no Brasil.

Ao ser questionada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) se a indicação de cloroquina feita pelo presidente Bolsonaro “estimulou a população abandonar medidas farmacológicas, como o uso de máscara e distanciamento social”, a médica confirmou o descaso do governo no correto combate à pandemia .

“Quando as pessoas defendem algo que não tem comprovação científica, você expõe pessoas desse grupo a uma extrema vulnerabilidade. A partir do momento que vulnerabiliza as pessoas com informações incorretas, não podemos esperar resultado positivo”, salienta.

“Há estudos que há aumento da mortalidade por uso de cloroquina e hidroxicloroquina”, acrescenta. 

“Nós não temos nenhuma ferramenta farmacológica que possa ser usada de forma inicial que impeça a progressão da doença”, complementa.

A profissional de saúde ainda observou que a autonomia médica no exercício de sua profissão não é licença para fazer experimentação.

“Quando a gente tem uma decisão pessoal, é uma coisa. Quando se transforma em política pública, é outra. Autonomia médica faz parte da nossa prática, mas não é licença para experimentação. Ela precisa ser feita com base em alguns pilares: volume de conhecimento científico, pilar da ética e pilar da responsabilização”, diz a especialista.

A infectologista condenou o tratamento da Covid com cloroquina ou hidroxicloroquina, defendido sistematicamente pelo presidente Bolsonaro no combate à doença. Por não ter comprovação científica, ela rejeitou o procedimento e classificou de delirante e esdrúxula essa discussão.

“Todos nós somos favoráveis a uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, não pode ser uma política de saúde pública. Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente”, conclui.



Por Redação
Foto: TV Senado

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