Os números absolutos da violência contra jornalistas no Brasil apontam para uma queda significativa das agressões no ano de 2023. Foram 181 casos, 51,86% a menos que os 376 registrados em 2022. Entretanto, o total de episódios registrados ao longo do ano passado representa 34,07% a mais do que os 135 contabilizados em 2018, antes da ascensão do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.
O Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2023, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), será lançado na próxima quinta-feira, dia 25 de janeiro, às 15h, no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. O evento é aberto ao público e será seguido de uma entrevista coletiva.
O decréscimo de 51,86% no total de casos foi consequência direta da ainda mais significativa retração no número de episódios de duas categorias de violência: a Descredibilização da Imprensa e a Censura, ambas infladas em 2022 (e nos três anos anteriores), por ação de Jair Bolsonaro.
De acordo com a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, o fim da institucionalização da violência contra a categoria, perpetrada por Bolsonaro, fez cair o número de agressões diretas aos profissionais e desabar os ataques genéricos e generalizados a veículos de mídia e a profissionais, categorizados como descredibilização da imprensa.
“Podemos comemorar a queda nos números da violência em 2023, mas temos de continuar em alerta e mobilizados, porque as cifras continuam muito elevadas”, comenta a dirigente sindical.
“A realidade cotidiana do trabalho dos jornalistas permanece preocupante. As agressões à categoria e ao Jornalismo continuam e, em determinadas categorias de violência, até cresceram significativamente em 2023”, pontua Samira de Castro.
Durante o lançamento, serão detalhados os números da violência por categoria, região, estado, gênero, tipo de mídia e agressores.
Fonte: FENAJ
Foto: Race Comunicação
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