Câncer infantil: diagnóstico precoce é a principal arma no controle da doença

Dia 15 fevereiro é Dia Internacional de Luta contra o Câncer na Infância e a Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta campanha por tratamento humanizado.

“O câncer é uma doença multifatorial, com fatores etiológicos precisos desconhecidos, e assim sendo, de difícil prevenção primária, ou seja, de estabelecer medidas que impeçam o acontecimento do câncer na infância e adolescência”, explica.

A informação é da oncologista pediátrica Tatiana Pavione que, por outro lado, aponta avanços na prevenção secundária.

“Os métodos diagnósticos e terapêuticos evoluíram. Em 1950 a sobrevida era inferior a 58% e, hoje, está em torno de 84% em alguns centros. Considero fundamental que o profissional de saúde pense na possibilidade diagnóstica do câncer infanto-juvenil quando um sintoma ou queixa se torna progressivo, em frequência ou intensidade, e que haja fluxo de investigação ágil para esses pacientes”, ressalta.

Pode não ser ‘manha’, fique atento aos sinais

Em alguns casos, os pais custam acreditar nas queixas recorrentes das crianças em relação a alguns sintomas, mas segundo a professora do Curso de Medicina da Unit, é preciso estar atento a mudanças comportamentais, de coloração de pele, mudança da disposição na atividade física, e nas habilidades que a criança já tinha adquirido e que parecem regredir.

“Além disso, uma queixa frequente, não deve ser menosprezada. A dor de cabeça é comum na infância, mas uma dor de cabeça que vem mais vezes na semana seguinte ou associada a vômito, deve ser investigada pelo pediatra assistente. Assim como febre recorrente, aparecimento de nódulos pelo corpo ou sangramentos a estímulos corriqueiros. Lembrar sempre que a ‘manha’ melhora com distração, a queixa real, retorna”, alerta.

“E é fundamental o seguimento com o pediatra. O profissional que conhece o paciente ao longo do seu desenvolvimento é capaz de ter um olhar mais atento a mudanças sutis”, completa.

Pediatra defende a humanização do atendimento com a multidisciplinaridade no tratamento

A médica pediatra Tatiana Pavione, revela ainda que no Brasil estima-se 8.460 casos novos de câncer infanto-juvenil por ano, referente ao triênio de 2020 a 2022, com uma média de 137 a 139 casos por milhão de crianças. Em Sergipe, a incidência estimada é de 134 casos para cada 1 milhão de crianças.

Dia de Luta contra o câncer infantil

O 15 de fevereiro marca Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil. A data visa conscientizar sobre o diagnóstico precoce dos casos na infância e adolescência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 250 mil crianças e adolescentes, com menos de 20 anos, são diagnosticadas com câncer a cada ano. Cerca de 90 mil não resistem.

O objetivo da campanha projetada pela OMS é abolir toda a dor e sofrimento das crianças que lutam contra essa enfermidade.

“Isso é falar da humanização do atendimento, da multidisciplinaridade que envolve o tratamento oncológico pediátrico, e reforçar os cuidados paliativos. Falar em cuidado paliativo, não é dizer que a criança ou adulto se encontra desenganado, sem possibilidade de cura terapêutica. Os cuidados paliativos não excluem o curativo, eles se somam. Quando ofertamos medicação para dor e vômito, não estamos tratando o câncer, mas estamos dando conforto e qualidade para aquele indivíduo. E isso é um direito da criança e de todo indivíduo com uma condição que ameace a sua vida. Os cuidados paliativos ainda estão engatinhando no Brasil, mas tivemos avanços importantes nos últimos cinco anos. Estamos aprendendo e evoluindo na importante missão do cuidar”, finaliza Pavione.

Por Amália Roeder – DRT 641-SE

Fotos: Divulgação

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