O jovem vereador Camilo Feitosa (PT) condenou nesta quinta-feira (31) a ameaça à democracia feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que defendeu o AI-5 caso a esquerda continue a pressionar por protestos contra o governo do pai dele.
“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. Uma resposta ela pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através do plebiscito, como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você está vendo o seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país, espero que não chegue a esse ponto, né, mas a gente tem que estar atento”, publicou o deputado na rede social.
Na Câmara de Aracaju, o vereador Camilo Feitosa repudiou as ameaças do deputado federal. Para o petista, as declarações de Eduardo Bolsonaro ferem a democracia.
“As declarações do Clã Bolsonaro que ameaçam a democracia merecem todo o nosso repúdio. Vale lembrar que essas declarações vêm alguns dias após a maior onda de manifestações no Chile, da vitória eleitoral da esquerda na Argentina e da reportagem da Rede Globo sobre a ligação de Bolsonaro com o assassinato de Marielle”, diz o vereador, acrescentando que os brasileiros lutarão com todas as forças para combater a ditadura e preservar a democracia no país.
“Na Câmara de Vereadores, nós protocolamos uma moção de repúdio a essas declarações e nas ruas não exitaremos a denunciar e resistir. Não aceitaremos o retorno da ditadura e de um novo AI-5. O povo brasileiro lutará bravamente em defesa da democracia no Brasil”, conclui.
Após a repercussão negativa e ameaça de cassação do mandato, o deputado Eduardo Bolsonaro recuou e disse que houve “interpretação deturpada” sobre sua fala em que faz a defesa do AI-5.
Ato Institucional AI-5
Foi o quinto de 17 grandes decretos emitidos pela ditadura militar nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1964 no Brasil. O AI-5 foi o mais duro de todos os Atos Institucionais, emitido pelo presidente Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968.
A medida antidemocrática resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que resultaram na institucionalização da tortura.
Por Redação Hora News
Foto: CMA/Divulgação
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