Iniciativa coordenada por Márcio Macêdo busca incluir participação social nas políticas econômicas globais.
Em entrevista ao Jornal da Record, o ministro Márcio Macêdo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, destacou as inovações do governo brasileiro na liderança do G20, a organização que reúne as principais economias do mundo para desenvolver diretrizes comuns para as políticas econômicas locais. Durante a presidência do Brasil no G20, o país incluiu a discussão de temas sociais em uma posição de destaque, o que, para o ministro, é uma proposta inédita para esta cúpula de chefes de estado.
O ministro explicou que, tradicionalmente, o G20 possui duas trilhas principais: a geopolítica, coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, e a econômica, sob a liderança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No entanto, o presidente Lula criou uma terceira trilha, conhecida como G20 Social, destinada a envolver a sociedade civil organizada das 20 economias nas discussões e decisões da cúpula.
“Em todos os organismos internacionais que o presidente Lula presidiu, como o Mercosul, a Cúpula dos Países Amazônicos e na participação dele no Celac [grupo que reúne América Latina e Caribe], ele introduziu a participação social como instrumento para a elaboração das políticas públicas. Então, é uma criação brasileira”, explicou o ministro.
Segundo ele, essa iniciativa reflete a crença do presidente de que as políticas públicas devem ter a presença e as digitais do povo para serem mais assertivas.
Macêdo ressaltou que o G20 Social já está em pleno funcionamento, com diversos grupos de engajamento, como juventude, mulheres, movimentos sindicais e sociais, discutindo políticas em seus respectivos países. No Brasil, uma série de reuniões e debates já foram realizadas, e uma reunião inédita está programada para ocorrer no Rio de Janeiro, onde os coordenadores dos grupos de engajamento se encontrarão com os representantes da trilha geopolítica para discutir os temas definidos pelo presidente Lula.
O ministro destacou três temas principais que nortearão as discussões do G20: a mudança da governança mundial, a necessidade de enfrentar as mudanças climáticas e o combate à fome. Ele enfatizou a importância de se discutir uma nova governança global, já que a atual correlação de forças, baseada na Segunda Guerra Mundial, não reflete mais a realidade econômica e política do mundo atual. Além disso, o desenvolvimento sustentável e a erradicação da fome são compromissos inquebrantáveis do governo brasileiro.
A ideia é que esses temas sejam debatidos não apenas nas trilhas geopolítica e econômica, mas também no G20 Social, permitindo que a sociedade civil tenha um papel ativo na elaboração das políticas públicas globais.
“O presidente Lula inclui o debate da sociedade civil, porque quem vai ser atingido pelas políticas públicas que serão discutidas no G20 é a população, é o povo, e ao longo da história, o povo ficou fora desses debates diretamente”, disse Macêdo.
O ministro explicou que os movimentos sociais e a sociedade civil organizada têm liberdade para realizar seus próprios debates e marchas, e suas propostas serão compiladas em um relatório que será apresentado ao presidente Lula e aos chefes de estado na reunião da cúpula do G20.
“Para nós, é fundamental que esse debate possa acontecer de forma livre e soberana, permitindo que as vozes e os anseios do povo sejam expressos nas políticas públicas das grandes economias do planeta”, concluiu.
A liderança brasileira no G20, com a inclusão da trilha social, marca uma inovação significativa na forma como as políticas globais são discutidas e elaboradas, reforçando o compromisso do governo com a participação popular e o desenvolvimento sustentável.
Por Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
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