Bolsonaro pode sofrer uma grande derrota caso não mude a política de preços dos combustíveis

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) mais um reajuste nos preços dos combustíveis: 5,2% no preço da gasolina e 14,2% no preço do diesel. Os novos valores já passam a vigorar a partir deste sábado (18). 

Segundo o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, todos os seis conselheiros da Petrobrás indicados por Bolsonaro, que formam maioria no colegiado de 11 conselheiros, votaram favoravelmente pelo novo reajuste.

Os contantes e absurdos reajustes dos combustíveis têm sido os principais responsáveis pelo aumento da cesta básica no Brasil. Por sua vez, os supermercados acabam repassando este reajuste para os consumidores, já que os alimentos depedendem quase que totalmente do transporte terrestre. Com isso, influenciada pelo preço dos combustíveis, a inflação já no país já passa dos dois dígitos, fazendo o brasileiro perder o poder de compra, ficando cada vez mais pobre.

O governo do presidente Jair Bolsonaro, que tem a maior parte das ações da Petrobras, criticou o novo reajuste autorizado pela estatal brasileira, porém o presidente não demonstra coragem de enfrentar os bilionários acionistas da empresa e mudar a política de preços dos combustíveis, ficando apenas no discurso.

“O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, escreveu Bolsonaro no Twitter, alertando que a empresa pode mergulhar o país num caos com uma possível greve dos caminhoneiros.

“A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, lamentou o presidente.

Recentemente, Bolsonaro defendeu a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos preços dos combustíveis, como forma de baixar os preços. Sob pressão e protesto dos governadores, que passam a ter menos dinheiro para investimentos em seus estados, o projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional, com a promessa de que os governos estaduais seriam recompensados pela União com repasses mensais.

Os defesnsores deste projeto, porém, esquereceram de explicar a população que mesmo o ICMS sendo reduzido, mas a Petrobras matendo seus aumentos regularmente, de nada vai adiantar a redução média de 15% do ICMS. Numa só canetada do presidente da Petrobras, os preços voltam aos patamares de antes da redução da alíquota do imposto estadual.

Os principais economistas defendem que a verdadeira solução está na mudança da política de preços dos combustíveis, dando assim um basta a esses aumentos irresponsáveis, que só tem um único olhar: encher os cofres dos acionistas e investidores bilionários.

Cabe ao presidente Bolsonaro enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional determinando o fim da dolarização dos combustíveis, implantado em 2016 pelo governo Michel Temer, a pedido do então presidente da Petrobras, Pedro Parente.

O presidente Bolsonaro tem dois caminhos a escolher: criar coragem e enfrentar o sistema financeiro mudando a política de preços da estatal, ficando do lado do povo, ou manter essa desastrosa política econômica e correr o risco de amargar uma grande derrota nas eleições de outubro deste ano.

Enquanto o povo sofre com o aumento da cesta básica em decorrência, principalmente da alta dos combustíveis, o presidente da República participa de motociatas no Brasil e no exterior, ao invés de se dedicar a estudar e encontrar soluções para os problemas econômicos que assolam o país.

Ah! É bom sempre lembrar que Bolsonaro votou favorável a dolarização dos preços dos combustíveis quando exercia o mandato de deputado federal.





Foto: Anderson Riedel/Palácio do Planalto

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