A Constituição Brasileira garante a todos nós o direito à liberdade de expressão e a livre manifestação pública. Neste final de semana, grupos que defendem o governo do presidente Jair Bolsonaro promoveram carreatas em todo o país, para protestar contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que determinou a anulação de todas as sentenças impostas ao ex-presidente Lula pelo então juiz Sergio Moro, bem como para criticar governadores e prefeitos por decretarem medidas rígidas de restrição para combater a pandemia de coronavírus. Mas esses manifestantes, muitos deles sectários ao radicalismo e até mesmo ao extremismo, também foram às ruas, principalmente, para defender o governo Bolsonaro.
Ir às ruas para protestar e reconhecer um governo é algo legítimo, faz da democracia. Porém, não vimos até hoje nenhum desses grupos tomar as ruas para protestar contra os abusivos reajustes dos combustíveis, especialmente o diesel e a gasolina, este último com o preço do litro já chegando a R$ 6,00 em alguns postos de combustíveis, resultando na alta dos preços dos alimentos e, consequentemente na inflação, e num possível aumento da taxa de juros pelo Banco Central, inviabilizando muitas vezes o funcionamento de micro e pequenas empresas.
Bom lembrar que no governo da presidente Dilma Rousseff, a gasolina que era comercializada a R$ 2,40, em média, grupos foram às ruas protestar contra o preço da gasolina e, com razão. Mas porque esses mesmos grupos ainda não foram às ruas com suas carreatas fazer esse mesmo protesto contra os aumentos abusivos dos combustíveis no atual governo, nunca registrados antes na história? É porque Dilma é petista, esquerdista e tinha que ser aniquilada, e Bolsonaro um extremista de direita que precisa ser preservado?
O pau que dá em Chico tem que dá em Francisco também. A coerência pede passagem.
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