O ex-secretário de Estado da Saúde, Almeida Lima, denunciou nesta quinta-feira (7), com exclusividade, uma proposta de redução de despesas na Secretaria de Estado da Saúde de aproximadamente R$ 3,2 milhões por mês. Anualmente a substituição de contratos daria ao Estado uma economia de R$ 40 milhões, porém rejeitada pelo governador Belivaldo Chagas.
A proposta, segundo Almeida Lima, seria substituir os contratos com as terceirizadas, como a Multserv, por pessoal da própria Secretaria, mas o então vice-governador Belivaldo Chagas, que era o responsável por acompanhar as ações na Secretaria da Saúde, não acatou o projeto e engavetou a proposta sugerida por Almeida.
“Eu levei para o governo Jackson Barreto e nas reuniões com o então secretário da Casa Civil e vice-governador Belivaldo Chagas apresentei as propostas de mudanças de reforma, as ações que precisavam ser feitas e simplesmente engavetou, foi ele que engavetou, foi ele que não quis quando eu levei um decreto, tudo pronto para estabelecer a renegociação de todos os contratos do Estado, inclusive da Secretaria de Educação, contratos de transporte escolar que vivem sendo investigados pela Polícia Federal pelas distorções que existem. Eu levei para o governador Jackson Barreto e foi o próprio Belivaldo quem engavetou e não quis que fizesse”, denuncia Almeida.
Um dos contratos que gerariam redução de despesas, mas manteria a mesma qualidade na prestação dos serviços, segundo Almeida, é o da Multserv, empresa pertencente ao deputado federal Laércio Oliveira, aliado do governador Belivaldo Chagas. A economia anual daria para ajudar na construção do Hospital do Câncer.
“Nós vamos passar a limpo uma proposta de rescisão de três contratos de prestação de serviços na Secretaria de Saúde, entre esses contratos um da Multserv, onde nós teríamos condições de fazer a gestão com o pessoal próprio, fazendo uma economia mensal de R$ 3,2 milhões. Não é de eliminação de despesas de economia, porque nós iríamos gastar bem menos contratando pessoal pela Secretaria de Saúde e prestando serviço diretamente por um valor bem menor, isso representa mais de 40 milhões por ano, ou seja, o dinheiro que faltava para construção do Hospital do Câncer com a economia de um ano”, garante o ex-secretário.
Para Almeida Lima, a Multserv é uma das empresas que poderiam ter o contrato cancelado, gerando assim uma grande economia para o Estado. O ex-secretário desafia o governador a provar que o Estado está falido. Ele também cobra do governador explicação em manter contratos com o Grupo Multserv.
“Então ele vem falar que o Estado está falido, não está falido, não está falido, é uma grande resposta que ele tem que dar e eu vou cobrar essa resposta dele, porque sinceramente é um absurdo, ele é quem tem que justificar porque essas empresas, e não apenas a Multserv, exemplo de outra empresa de segurança. Nós podemos fazer, eu mostrei todo o quadro, as duas realidades eu mostrei ao governador em uma reunião com o vice-governador, que passou a administrar essa sugestão nossa, mas eu mostrei em reunião também ao secretário da Fazenda, com o procurador do Estado presente na reunião, esse documento eu mostrei também ao procurador da República Ramiro Rockenbach nas reuniões de prestações de contas que nós fazemos ao Ministério Público Federal”, esclarece Almeida, acrescentando que o Tribunal de Contas também tomou conhecimento da proposta de redução de despesas.
“O Tribunal de Contas do Estado tomou conhecimento também em reunião que fizemos com o conselheiro Clóvis Barbosa, outros conselheiros presentes, o Ministério Público de Contas presente. Eu cheguei a mostrar, eu sei que todos eles tomaram conhecimento e eu esperando que o governo tomasse uma posição e não tomou. Então dizer que o Estado está quebrado, não está, isto é uma conveniência”, conclui Almeida Lima.
Almeida Lima foi entrevistado pelos jornalistas Paulo Sousa, Rosalvo Nogueira e Lomes Nascimento no Programa Jornal da Manhã (Jovem Pan), nesta quinta-feira.
Foto: Arquivo Pessoal
Comente