Belivaldo Chagas e João Eloy: muita lealdade e pouca atitude na Segurança Pública

É inegável que os policiais e bombeiros de Sergipe realizam suas atividades profissionais de forma dedicada, com preparo técnico e focados na redução da criminalidade nos 75 municípios. Também é oportuno destacar que o secretário de Segurança Pública de Sergipe, delegado João Eloy de Menezes, continua sendo um excelente gestor, líder e policial civil. Entretanto, mesmo diante desse cenário positivo, os números da violência no menor estado do país continuam em destaque diário.

Não nos cabe aqui analisar as causas do enraizamento social da violência e nem encontrar alternativas inatingíveis a serem cumpridas pelo Governo de Belivaldo. O ponto que chamamos atenção é para o descaso e ausência de atitude para os problemas que afligem a Segurança Pública em nosso estado, em especial aqueles que apontam diretamente para os policiais civis, policiais militares e bombeiros militares. Como governador, é preciso ter vontade política de fazer a engrenagem se movimentar para priorizar a segurança. Afinal, quem respeita seu povo, valoriza sua Polícia!

No mês de julho deste ano, Sergipe foi destaque nacional como terceiro estado com maior taxa de morte violenta intencional a cada 100 mil habitantes. Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública trouxeram um alerta de que o Governo segue um caminho equivocado. Certamente o secretário João Eloy sabe como proceder, mas esbarra na lealdade ao amigo Belivaldo Chagas. É nesse contexto que a violência aumenta, que os crimes passam a chocar o povo sergipano, que as organizações criminosas se sentem mais confortáveis para atuarem no menor estado do país e que os policiais e bombeiros caem no espaço da desmotivação e incertezas.

Muitos colegas precisam trabalhar horas extras todos os meses para honrarem com suas dívidas no final do mês. Outros fazem “bicos” e mais uma vez arriscam suas vidas em uma atividade perigosa e arriscada. A situação é dramática no Governo de Belivaldo: não há reajuste salarial, não existe reposição anual inflacionária e nem adicional de periculosidade. Falta tudo, inclusive vontade política para resolver problemas básicos.

A pasta da Segurança Pública precisa ser mais ampla do que prender criminosos e investigar delitos. É preciso estudar os crimes e criar novas estratégias de combate à violência; implementar políticas públicas integradas com outros órgãos; criar mecanismos para envolver a participação da sociedade e valorizar os profissionais que tanto se arriscam em defesa dos cidadãos. Essa diretriz por parte do atual Governo nunca chegou.

Nesse contexto político, o povo sergipano precisa observar mais atitude, mais ação e menos lealdade a um governador que não respeita a Polícia, não se preocupa em melhorar a segurança dos cidadãos, não percebe a crise instalada no âmbito da Segurança Pública e segue zombando dos profissionais que lutam pelo adicional de periculosidade. Fica a pergunta: até quando a lealdade do secretário João Eloy ao amigo Belivaldo prejudicará a segurança do povo sergipano?


Adriano Bandeira é policial civil, bacharel em Direito e em Ciências Contábeis, especialista em Gestão Tributária e Planejamento Fiscal, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe, e articulista colaborador do Hora News.

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